ESTAÇÕES DA ALMA
Quente o nosso outono nos chama quando caí a folha
A tua já amarela a minha ainda em chama é vermelha
Das folhas secas da vida
Busco compreender as fases de cada tempo
Do inverno frio e sombrio
Que cobre os campos
No sol pujante que no horizonte vai descansar longe da gente
E a lua reflecte o seu reflexo humilde, agora calado e distante
Trova de um momento calmo
Folhas que nascem do silêncio eu as amo
Como ilusões dos ventos vibrantes
Soprando entre montanhas dos amantes
Renascendo das caducas folhagens dos tempos idos
Como conter a saudade dos nossos gemidos!?
Perto e tão distante como a estação que nos passa devagar e radiante
Sabendo vivê-la plenamente nesta triste e farta vida de ser só errante
Mas tudo passa nessa vida
Até no pior dos invernos
Tudo se torna calmo e sereno
Quando os sonhos nascem na alvorada
Querendo aproveitar tudo, tanto tudo que perdido foi, no alameda nua
Num chão cheio de folhas de nós tombadas, natura sendo poesia tua
Que seja eterno as folhas primaveril
E que a solidão se apague com as chuvas de Abril
Que nasçam bons ventos sem til
Que surjam novas paixões a mil
E que brotem em ti a nudez da minha poesia
E que te deixes enfeitiçar por esta magia
Seja minha no envolver das minhas linhas
As que me acalmam na noite tardia e aquecem na manhã sombria
Mas que de todos os dias preenche-me com fantasia na companhia
Esvoaçando ao vento o sopro do lamento abrilhantando assim novo dia
Tal como eu disse, a cada lágrima gemida, nasce uma oportunidade, a nova esperança de vida,
Agora perfumemos-nos com as cores da aliança
E deixemos brotar da alma a inocência dos nossos sorrisos de criança
17/03/2015
(a´C & Merlin Magiko)