Vislumbres

I- Os ventos da madrugada despertou-me
Lufadas em açoites gélidos e solitários
A madrugada cobriu-me feito um lençol de negras águas
Um mar de silêncio respaldado pelo o céu profundo e sem luar

A madrugada abraçou-me como uma amante despedaçada
Inebriante em tristura...
E eu vaguei em suas profundezas tal como fantasma...
-O poeta parecia assassinado por suas próprias rimas
e para fugir da dor não encontrou uma só palavra...

Foi assim que a madrugada me visitou...
Cheia de eco e de escuridão
Foi assim que o manto da noite me encontrou
Um cântaro cheio de silêncio e solidão...

Pois então...

Busco estrelas e assim, quem sabe, nelas encontre teu olhar
Quem sabe resista até a próxima estação...
E no próximo luar, quando a noite clara estiver
e o sol me tocar nas fulguras que a lua devota à Terra
eu possa fimalmente te abraçar...



II- Escapo pelos vãos abertos na contingência do destino
A seriedade do homem que se afasta
e a proximidade lépida de ousado menino...
Num dia sou a luz do sol
Noutro... Eu nem devia estar “lá”
Num dia sou riso
Noutro... Sou uma gota sabor de mar...

Resvalo no sagrado em partes do deus que há em mim
Num dia sou toda poesia
Noutro...Sou a canção de mistério do querubim...
Um anjo incógnito diante o amor que não conhece
o amor por uma única criatura que vive no criador de forma única
A criatura que se aventura na madrugada e não teme sua penumbra...

Escoou junto a chuva e diluo teu pranto
Num dia sou raios e trovões
Noutro sou, do querubim aventureiro, o canto...

Hoje, diferente de qualquer dia de antes
deixe a noite contar um segredo
pois sou estrela dentre as mais brilhantes...
Me abrace nesse instante...Sem medo
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 11/02/2015
Reeditado em 11/02/2015
Código do texto: T5133381
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