Não me sacaneies...
(LHenrique Mignone)

Não, não faz assim de novo, não me sacaneies,
Não interrompas meu voo, deixa-me voar liberto
Pelo mundo, sem até mesmo ter destino certo,
Liberta-me, não mais me prendas em tua teia.

Permite-me continuar vagando, vagabundo,
De flor em flor, até mesmo, talvez, sem destino,
Em busca de outro amor, como se um menino,
A simplesmente caminhar, enlevado, pelo mundo.

Não mais estendas sobre mim tuas amarras,
Não mais me envolvas com estes teus braços,
Liberta-me, de vez, deste teu mortal abraço.
Nem mais me sugues com estas tuas garras.

Sabes que, se assim o fazes, cometerás a façanha,
De somente ter-me por este único momento,
Em que serei teu, para ti, somente o alimento,
Sugado e digerido por teus palpos de aranha.
Liberto
(Vana Barsan)

Estas liberto, como homem, como menino,
Do que te atrai, te retém, do que te mata pois obstina,
Do torpor do amor venal, da paixão que alucina.
Busca aventuras de amor que te fascina, segue o destino.

Estás liberto como homem para vagar vagabundo,
Qual sem destino para voar e pousar de flor em flor,
Libertar-se do que nos detém, ainda que profundo amor,
Desta louca paixão que nos encerra neste mundo.

Estás liberto para, como menino, seguir a brincar,
Para, dolente, seguir e caminhar pelo mundo,
Enlevado por borboletas como se amor fecundo,
Busca a felicidade desta brincadeira de vida, vá buscar.

Qual crianças, seguimos pelo vasto mundo a buscar,
A felicidade escrita nas linhas de altas pipas soltas no ar,
Nas altas vagas do vasto horizonte, por todo mar,
Por tortuosas linhas como a brincar - vão crianças, vão pegar!
LHMignone e Vana Barsan
Enviado por LHMignone em 11/11/2014
Reeditado em 07/11/2016
Código do texto: T5031323
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