FRÊMITO

Frémito do Meu Corpo a Procurar-te ( FLORBELA ESPANCA)

Frémito do meu corpo a procurar-te

Febre das minhas mãos na tua pele

Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,

Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,

Olhos buscando os teus por toda a parte,

Sede de beijos, amargor de fel,

Estonteante fome, áspera e cruel,

Que nada existe que a mitigue e a farte! Florbela Espanca

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Frêmito

Beijos ardentes com tanto desejo

Horas contadas, horas que custam a passar

Todo meu corpo inflama de tanto querer-te

Mas já chega a madrugada fria a me avisar:

"Ele demora, ele não vem, pobre mulher!"

Que amargo sabor de solidão que me encontra

Tanto desejo, louca agonia de estar em seus braços

Num encontro de corpos sedentos, que fantasia!

Frêmito desvairado, foi minha espera

Tanta paixão, uma fome de ti junto à mim

Por que me abandonas, se não me querias?

Então nada resta, foi nosso fim... Isabel

Isabel Tanis e Florbela Espanca
Enviado por Isabel Tanis em 27/10/2014
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