FRÊMITO
Frémito do Meu Corpo a Procurar-te ( FLORBELA ESPANCA)
Frémito do meu corpo a procurar-te
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte! Florbela Espanca
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Frêmito
Beijos ardentes com tanto desejo
Horas contadas, horas que custam a passar
Todo meu corpo inflama de tanto querer-te
Mas já chega a madrugada fria a me avisar:
"Ele demora, ele não vem, pobre mulher!"
Que amargo sabor de solidão que me encontra
Tanto desejo, louca agonia de estar em seus braços
Num encontro de corpos sedentos, que fantasia!
Frêmito desvairado, foi minha espera
Tanta paixão, uma fome de ti junto à mim
Por que me abandonas, se não me querias?
Então nada resta, foi nosso fim... Isabel