Sonia
Trovador
BOCA ERRANTE
Eu quero
essa boca errante,
Também quero
à qual apraz
ser este galante
sorver o favo de mel
que te satisfaz
até se lhe esgotar o doce cálido...
saborear o teu gel
e até restar, senão,rorejando,
sugando os caminhos válidos
a calda de delícias
até chegar o doce melando
misturada a um frêmito...
o fruto das carícias
forjado por um Enêmito.
Eu quero
essa boca errante
Também quero
impaciente de sugar
este gosto picante
uma colmeia inteira...
para me deleitar
de se perder nos recônditos
uma caixa de fogueira
de um céu infindo
e me perder nos cerômitos
ou no limitado espaço
De um luar lindo
de um inferno...
Ou num gostoso abraço
de amor terno...
Eu quero
essa boca errante;
Também quero
que vais assim devagar
minha boca suplicante;
desfolhando o liquido mel;
pelo vale a passear
torturando num rito mudo
Sempre a cata do gel
até matar-me,
amando isto tudo
e na morte,
Até saciar-me
viver-me...
com sorte
querer-me