SUSPIRO DO TEMPO
Chamei-te na ampulheta do tempo
Meu tempo válido de prazer
Nas margens do pensar busquei-te
Procurei a sua brisa, para o compreender...
Pelos ventos fui levada, para te ver
Nas caças aos desejos por ler
Contrabalanço do meu momento
Viajemos por este instante pensar
Abracei a inocência dos teus ventos
Adentrei-me nos teus vultos
Caçando as ondas dos seus delírios
No ilusório instante, vislumbro o lírio...
Como posso não desejar aqui estar...?
Se o vento que me almeja
É a brisa pura da nascença
Muito antes de despertar
É o sonho de criança
Para sempre saber amar
É a canção dourada
É o silêncio sorrindo na alvorada
É a equidistância entre a mente e o coração
Como posso não desejar respirar...?
Se é nos teus ventos onde busco inspiração
E é essa razão que faz-me seguir o teu a(mar)...
És a temperança que cresce na seara do atlântico
A medusa eléctrica que ao toque se evaporiza
Espalha e difunde mais rápido que a brisa
Quatro cantos sem esquinas bola mundo
Que de remoinho me encharma (enche de charme) profundo
Me rejubila de vontade de ser
Cuidar , mas nem sei como...
Deixemos nos ir....
Apenas deixemos nos solto
Sem arfar nos nossos medos
Devemos enxergar a beleza nas nossas ruínas
Saber ouvir a voz da alma e compreender seus segredos
Devemos respirar o puro...
Saber ouvir as lamentações do silêncio
Rejuvenescer com as cores que trazem-nos liberdade
Apenas devemos nos despir de toda vaidade...
31/08/2014
( Ana Carvalhosa & Merlin Magiko )