Arrebatados

Você me maltrata quando assim me arrebata,
Qual Eros em sua paixão e me conduz ao ninho,
Me envolve neste desejo insano que extasia,
E me transforma em volúpia, em pura sedução.
Enamorada e envolvida nesta desmedida paixão,
Seduzida e transmutada em Afrodite, na poesia,
Da luxúria ébria de Baco, ao sorver seu vinho,
Por momentos em que estou entorpecida, inebriada.

Como deuses, vagamos por nosso Olimpo etéreo,
Eu em seus braços, você nos meus, entrelaçados,
sem sabermos onde um começa e o outro termina,
se é que terminamos e começamos, pura simbiose.
Deste amor que nos arrebata, beberei a última dose,
Sorverei em seus lábios a derradeira gota que fascina,
Flutuaremos no infinito de nós dois, corpos colados,
Ébrios de amor, por este tempo finito tornado eterno.

 
Ao me confessares teus mais íntimos desejos,
Que são, como os meus, repletos de enlevo,
De volúpia e luxúria contidos por décadas,
Lembrados com a mesma sedução de outrora,
Quando te sinto novamente tão próxima, agora
Transmutada em Afrodite, seduzida e enamorada,
A mostrar para este teu Eros, ora tornado servo
De teus encantos e se encantar com teus beijos.

Divago contigo a singrar por todo o universo,
Sinto em teus lábios e néctar o sabor do vinho,
Ébrio de teus carinhos, feneço em teu regaço,
Desfaleço em teus abraços e confio minh´alma
A esta que um dia levou contigo minha calma,
Arrebatado, ao me acolher de novo em teus braços,
Em nossos momentos de amor, em nosso ninho,
Encontro a derradeira paz cantada em nossos versos.
LHMignone e Vana Barsan
Enviado por LHMignone em 27/06/2014
Reeditado em 23/10/2014
Código do texto: T4860989
Classificação de conteúdo: seguro