RASGANDO O VÉU DO AUTOR.
Em poucos minutos,
posso usar meu intelecto,
e dosar meus sentimentos.
Sou eu, um poeta sensitivo;
coração sobejamente atrevido,
que atravessa oceanos,
para implorar um beijo teu.
Apoio à caneta no infinito;
recolhendo as estrelas no céu,
e entregando-as de presente à lua;
revelando, desde o nascer ao pôr do sol;
o amor do próprio autor.
Em poucos minutos,
posso poetizar a vida,
transformando lágrimas carentes
em soberba febre de alegria.
Posso recriar o universo,
soprando em olhos vigentes
a insensatez de minha fantasia,
sou apenas louco.
Em poucos minutos,
rasgando o véu do autor,
ignoramos o preceito do belo
e consorte; conspiramos gabolices.
Sou eu a poetisa – revelando.
Sou eu o poeta – testemunhando.
Quiçá, em dueto, eterniza-se!