Dueto = Porquês

(LHenrique Mignone)

Por que você me deu a mão, quando sucumbia
E me afogava em meio a meu próprio pranto,
Me ressuscitou para a vida com seu acalanto
E me fez renascer para a vida, para a poesia?

Por que você não permitiu que eu sucumbisse
Naquele momento em que nada mais acreditava,
Em ninguém, por que você disse que me amava,
E sobrevivia indiferente ao que mais existisse?

Por que você me acolheu e agasalhou nos seios,
em suas coxas, em seu ventre, em seus desejos,
por que se entregou inteira a mim, assim sem pejo,
incutindo-me esperanças de persistir, sem receios?

Não devia ter permitido que eu sobrevivesse
Àqueles momentos em que você me viu prostrado,
Para que hoje, após julgar que tinha reencontrado
O amor, você se vá, bem melhor então que eu morresse.

 
(Vana Barsan)

Por que dizer que és deixado, por quê?
Bem sabes que esse alguém vive por te querer,
Bem sabes o quanto sofre sem te ter,
Desde que partiu sem mais nem porque.

Sabes o quanto ainda sofre por ti, o quanto chora,
Que voraz dor consume esse coração, sem piedade,
Que vive a transbordar de amor, sem saciedade,
Desde que partiu desconhecendo esse amor, outrora.

Há muitos anos mantém habitado esse coração,
Que viveu sem mágoas por tanto te querer bem,
Forçada a seguir a vida com quem lhe disse: vem.
Amor inusitado, ferido, cortado, dilacerado na paixão.

Coração loucamente apaixonado e predestinado,
A sonhar em viver esse grande amor sem fim,
Que corre contra o tempo que já chega ao fim.
Bons ventos conduzam, enfim, esse coração fascinado!
LHMignone e Vana Barsan
Enviado por LHMignone em 24/05/2014
Reeditado em 23/10/2014
Código do texto: T4818126
Classificação de conteúdo: seguro