Temporal
Temporal, Cunhã...
As águas se agitam,
os rios não se misturam,
os botos embalam a beleza do dia.
No cais homens carregam o progresso.
O silêncio é profundo.
Temporal, trovoadas,
chuvas do caju.
Temporal! Cacique...
É meu medo do escuro
e sem abraço na infância solitária.
Do clarão secando árvores,
das ondas mudando o rio.
Não vejo botos e nem cais
Só um caos profundo,
um encolher vazio a cada trovão.