AMOR... O TEMPO NÃO APAGA
Quando os ventos poéticos se cruzam, trazem a poesia como ondas para banhar o corpo e alma, dando a mente uma nova forma de se maravilhar, mais uma vez, venho partilhar esta poesia feita a quatro mãos, com a grande poetisa e amiga Celeste Leite, espero que gostem...
No alto da colina, vislumbro a tua lua.
Sinto-me só, abandonado entre as estrelas.
Meu espírito deambula entres as ruas,
Com a negra face da saudade,
O tempo não perdoa, ele apenas voa.
E no mesmo instante,
Vem a solidão deixando-me também ela à toa.
Estou preso ao vento, suportando a garoa.
Navego em circulo, perdido neste vasto mar
Sem rumo, sem fuso,
Embriagado no desespero, sinto-me confuso.
Vejo o horizonte distante,
Perdi a proa, a razão,
Apenas miragens me ofuscam a visão.
Sinto-te tão distante,
Sinto o teu perfume, mas não a respiração.
E sem inspiração,
Escondo-me entre as nuvens do silêncio.
Reparti o ego, para me proteger do frio
Mergulhei nas areias do tempo,
E para entender este augúrio,
Viajo nas recordações....
Tu e eu, relendo as cartas,
Que falam pelos nossos corações.
Como é bom sonhar, como é bom o dom de amar.
Como é bom sonhar-te e poder ficar acordada.
Na madrugada sentindo um só calor,
O amor não se extingue, quando é verdadeiro
Não se perde no mar como um veleiro.
Sei que apenas estás carente
Que precisas de uma mão.
Por isso vou saciar-te na paixão que o tempo levou.
Entregar-te de novo o fogo que o destino apagou.
Uma porta se fechou,
Mas a claridade de novo, por uma janela entrou.