SEM NOÇÃO DE NADA
Sobre a calçada
Debruço-me correndo no tempo,
Para alcançar o silêncio.
São desabafos duma alma só,
São lamurias, choros e vícios.
Distante dos ventos, nem sei onde vou.
Hoje sem rumo, parto para junto da solidão,
Aprisionando-me nessa cela escura, sem emoção.
Porque a cinza negra, apoderou-se da razão.
As lágrimas não diluem sentimentos
E pranto faz a voz do momento,
Quando os cantos já não trazem a eternidade
E quando as noites, não te traz por entre os sonhos....
Mas há sempre a esperança de acordar feliz
Ao som dos ruídos lá fora, sabendo que se está vivo!
O sol a entrar pela janela sorrateiro, sorrindo
Trazendo os vários cheiros dos lírios do campo.
E canto, canto bem alto ao mundo, a minha felicidade!
Ainda não sei bem se é verdade ou um sonho,
Ainda não sei se estou acordada, ou a divagar.
Apenas sei o que é amar e ser amada, acordada.
Sentir o carinho no teu afagar,
Sem ter a menor noção, do tempo a passar
E com o pensamento, no brilho do teu olhar.