DESPI-ME 
VESTI-ME

Despi-me,
Vesti-me
Das forças que sustentavam meu ser
Com a pele que me faz aderente a você
E ofereci...
E embeveci

Despi-me,
Vesti-me
Das ilusões que julgava real
Com a nudez de tua boca, natural
E acordei...
Enterneci

Despi-me,
Vesti-me
Das palavras que compunham meus versos
Nus lampejos em teu corpo vasculhei universos
E não mais poetei...
Amanheci

Despi-me,
Vesti-me
De todos os amores que tive
De um perfume exalando convite
E não mais amei...
Aconteci

Despi-me de tudo
Vesti-me com teu escudo
Deixei minha alma incolor
Em languidez provei teu amor
Meu corpo inerte
O olhar em flerte

Feneci!
Em frenesi

Luz Divina abraçou-me
Pele tua enlaçou-me
De nova roupagem adornei-me
De beijos molhei-me
Luz suave do repouso
Sedento em teu pouso

Restituiu-me a força
Como quem sai da forca
Vislumbrei o real
E em teu abraço vital
Poesia fez-se vida em mim
Tua pele qual cetim
Amei com maior ímpeto
Vesti-me de amor sem fim

Vivenciei a Paz interior
Em arrepios pra você assim
Hoje, dispo-me apenas
Livrei-me das vestes do pudor
De todo dissabor
Pra te cobrir com meu manto-sedutor


Denise Severgnini
Gilnei Nepomuceno
Gilnei Poeta
Enviado por Gilnei Poeta em 28/04/2007
Código do texto: T466862
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