(Des)Esperanças

Oh, minh´alma, alma minha...
Sinto-me sem Deus, sem forças, sem coragem,
Deus de mim se distanciou, me abandonou,
Já nem mesmo tenho forças para te amar,
Não me carrega mais no colo, sinto-me fenecer.
Sinto-me sem forças, sem vontade, a perecer,
Se Ele, por um acaso, de mim não se apiedar.

 
Ledo engano, Deus não te abandonou,
e, muito menos, de ti se distanciou,
é humano que te sintas sem forças,
até mesmo sem coragem após o feito,
neste momento de definitivas decisões.
Vem, dá-me tua mão, eu te carregarei no colo,
levar-te-ei para nosso recanto, nossas paragens,
carinhosamente acolhida em meu peito,
onde viveremos eternos nossas emoções.

Oh, alma minha, minh´alma ora se acalma,
Ao ouvir de novo tua voz mesmo que distante,
E me sinto de novo repleta e reconfortada.
Como estrela que se não se vê no firmamento,
Toldada pelas nuvens, pela própria noite infante,
Sabia que estás a minha espera, alma amada,
Para brilharmos juntos mesmo por fugaz momento.

 
Esteja certa, alma minha, minh´alma também chora,
ao compartilhar contigo estes momentos de espera,
por saber que quem hoje tirânica nos julga e deplora,
será feliz ao nos ver felizes, vivendo nossa quimera.
Suga de mim, como o faço, a força que necessitas,
apropria-te de mim, da imensa vontade que me move,
se é para morrer quero morrer contigo, em um abraço,
puro e infinito, tão imenso quanto este amor o é em vida.
LHMignone e Vana Barsan
Enviado por LHMignone em 26/12/2013
Reeditado em 23/10/2014
Código do texto: T4626023
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