Dueto : Metades
(Vana Barsan)
Você, minha eterna e desejada metade,
que sempre viveu em mim, por toda a vida,
causando-me essa falta incontida,
por ser e sendo minha eterna saudade,
de tal forma reprimida e desmedida,
que certamente o trouxe de volta hoje,
talvez por todo sempre, sem mais, assim.
Ah! Se soubesse que um dia você voltaria,
por certo jamais me comprometeria,
teria me guardado e preservado, sim,
para nunca mais reviver nesta vida sofrida,
essa dor tão sentida, desta forma desmedida,
por supor que nunca, jamais, teria você em mim
essa parte que foi e é metade, metade de mim.
(LHenrique Mignone)
Ao me deixares assim, alquebrado e constrito,
Sinto-me como uma foto bem antiga rasgada,
Ao sacada do fundo de um baú de recordações,
E ver que ela nem mesmo mais retrata emoções
Um dia vividas e nem mesmo mais lembradas,
E que se esvaíram no ar, há tempo infinito.
Sinto ora sobre meus ombros o próprio peso
De toda minha vida vivida, desperdiçada,
A tua tanta espera, nesta infinda procura,
Talvez de mim mesmo, na infinita loucura
Do reencontro com a mais querida namorada
Em cujos braços me entreguei total, indefeso.
Por momentos que julguei pudesse perpetuar,
Vivemos juntos, enlevados na sublime poesia
Que emanava de meus poemas, de meus versos,
Fazendo de ti o centro de meu próprio universo,
Por este tempo em que nos amamos e vejo, tardia,
Que te vais, esquecendo-te até mesmo de me amar.
Sinto-me, sem ti, hoje, como metade de mim mesmo,
Pois a outra metade levaste contigo, na mente talvez,
Porém, por certo, dentro deste teu coração, eterno,
E o que ora peço é que o mantenha sempre terno,
No aguardo, talvez, de uma improvável próxima vez,
Em que nos amemos e de novo voemos ao léu, a esmo.
Ao me deixares assim, alquebrado e constrito,
Sinto-me como uma foto bem antiga rasgada,
Ao sacada do fundo de um baú de recordações,
E ver que ela nem mesmo mais retrata emoções
Um dia vividas e nem mesmo mais lembradas,
E que se esvaíram no ar, há tempo infinito.
Sinto ora sobre meus ombros o próprio peso
De toda minha vida vivida, desperdiçada,
A tua tanta espera, nesta infinda procura,
Talvez de mim mesmo, na infinita loucura
Do reencontro com a mais querida namorada
Em cujos braços me entreguei total, indefeso.
Por momentos que julguei pudesse perpetuar,
Vivemos juntos, enlevados na sublime poesia
Que emanava de meus poemas, de meus versos,
Fazendo de ti o centro de meu próprio universo,
Por este tempo em que nos amamos e vejo, tardia,
Que te vais, esquecendo-te até mesmo de me amar.
Sinto-me, sem ti, hoje, como metade de mim mesmo,
Pois a outra metade levaste contigo, na mente talvez,
Porém, por certo, dentro deste teu coração, eterno,
E o que ora peço é que o mantenha sempre terno,
No aguardo, talvez, de uma improvável próxima vez,
Em que nos amemos e de novo voemos ao léu, a esmo.