DUETO POÉTICO: Maria Araujo & Puetalóide

ALGOZ

Nascias em mim como réstias
- Como verdadeiros lençóis -
De noites em labirintos
Preso no meu olhar

Como fragmentos agonizados
E ainda que tarde,
Esvaía-me em solidão.
E como flâmulas de meu silêncio
Dilaceravas-me suavemente o ser

Tecias como plumas, no vazio de minh'alma
E minhas lágrimas... - Agonias -
Eram chama de teu prazer

A solidão me torturava
Em abandono
- Uma eterna dor -
Tão fremente me esgueirava
Desdenhando a minha sorte

Amargos foram os meus ais
- Tão esquivos do meu prazer
Sina que me rendia
Como algoz... Do meu viver!

Aranilda Araujo

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Interagindo


Porque choras o amor... porque dizes
Doloridamente, do amor, em desventura?
Porque dizes do amor em amargura
Desprezando o amor em seus matizes?

Serás sempre assim? - Quase que reprises?
Como a débil sentir... Ou em agruras ?
Ou será, tão somente, à desventura
De chorar o amor em seus deslizes?

Brindemos ao amor...!
- Enfim, brindemos -
Ao que, necessariamente, não vivemos.
- O amor... Que ora em mágoas, reclamas

E brindando sublimemente ao amor
Sepultamos definitivamente o clamor
Que assola o coração de quem ama!


Puetalóide.