JORNADA IN NATURA
A arte que se faz flor
não corrige o turno do sereno
quando o botão é cantil
em rota de lábios distantes.
E não há que se travar bumerangues
no rosto de quem cospe para o alto;
siga-se descalço até provar
que a sola do sapato é menos valiosa
que o caminho percorrido pelos pés,
e mesmo que doa a vista
ela continua a não ser pista madura
de tesouro ou leito forrado em cetim.
A arte que se faz pé
é a mesma que se faz flor,
mas um não é cria de botão
e pisa na gêmea Natureza
que se põe à altura dos que não voam…
(MAURICIO C. BATISTA)(IN MEMORIUM)
A arte do desabrochar
fala o dialeto da perfeição
em companhia da natureza
que permanece em harmonia.
Em vez de massacrar horizontes,
basta envolver-se em encantos
para que o caminho sirva de lição.
Sem querer saber se o olhar será crítico,
o percurso não conta com a ajuda
de pergaminhos mágicos;
apenas sinaliza o local das sementes...
A arte que faz desabrochar,
é a mesma que semeia o arco íris
e rega os canteiros do pensamento...
(ESTRELA BRILHANTE)