JORNADA IN NATURA

A arte que se faz flor

não corrige o turno do sereno

quando o botão é cantil

em rota de lábios distantes.

E não há que se travar bumerangues

no rosto de quem cospe para o alto;

siga-se descalço até provar

que a sola do sapato é menos valiosa

que o caminho percorrido pelos pés,

e mesmo que doa a vista

ela continua a não ser pista madura

de tesouro ou leito forrado em cetim.

A arte que se faz pé

é a mesma que se faz flor,

mas um não é cria de botão

e pisa na gêmea Natureza

que se põe à altura dos que não voam…

(MAURICIO C. BATISTA)(IN MEMORIUM)

A arte do desabrochar

fala o dialeto da perfeição

em companhia da natureza

que permanece em harmonia.

Em vez de massacrar horizontes,

basta envolver-se em encantos

para que o caminho sirva de lição.

Sem querer saber se o olhar será crítico,

o percurso não conta com a ajuda

de pergaminhos mágicos;

apenas sinaliza o local das sementes...

A arte que faz desabrochar,

é a mesma que semeia o arco íris

e rega os canteiros do pensamento...

(ESTRELA BRILHANTE)

Estrela Brilhante e Mauricio C. Batista
Enviado por Estrela Brilhante em 14/12/2013
Código do texto: T4611619
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