ALMA POÉTICA
ALMA POÉTICA
De alma livre, minha poesia reclama a tua
para decantarmos, ao som de harpas e cítaras,
versos de amor, de fadas e ninfas, da flor,
do gorjear de bem-te-vis, dos azul-anis
meus versos reclamam sóis de sabores doces,
anseiam o namorar no escurinho da branda rua,
querem lua, solfejos de anjos peraltas
como faróis em noites embriagadas de saudades
de alma solta, a janela aberta reclama a volta
do poeta fugidio que há algum tempo partiu,
indaga meu peito em ânsia de melodia poética
se não mais lerei o poeta ou se apenas hiberna
os versos confinados em si?
Pergunto às estrelas, antes de dormir,
observo céus em madrugadas calmas e sem véus,
e silencia o vôo a alma inconstante,
já não é o bastante esperar. Onde repousa, poeta,
a poesia? Na noite, em ti, na minha apatia?
Que me abrace, então, sua resposta, ao dormir,
que se revele em sonhos a sua viril alma poética
a renovar outra vez os encantos de seus versos,
inundando o mundo com suas razões e emoções,
transbordando esta minha poética alma!
DUETO COM CAROL