DESPIR-SE

INSENSATEZ

Despi-me de tuas vontades

Do gosto da tua boca, do

Cheiro do teu corpo, que aos

Poucos me tornavam cativos de ti.

Despi-me do teu amor, essa

Insensatez que me arrasta

Ao delírio, quando tuas mãos

Delineavam as curvas do meu corpo.

Despi-me da saudade, que rondava

Minhas noites, na ausência louca

Do teu beijo, delirava nas entrelinhas

Na falta do aconchego, do teu corpo.

Despi-me das esperas, das

Angústias nebulosas, quando

Minhas esperanças esvaiam

E sozinha me flagravam no desespero.

Enfim: Despi-me de você...

Fantasma de minhas ilusões

Porto que adentrei, sem teto

Vagão de minhas noites sem fim.

Maria Aranilda Araújo

DESPIR-SE

Despi-me de ti!

E ao fazê-lo,

de mim mesmo me despi

Posto sermos dois

e ao mesmo tempo

sermos um

Corpo, cheiro, sonho

Noite, medo, dor

Riso, rosto, rosa

Abismo, ausência, fim

Despi-me de ti, assim

Tão somente porque

Você,

insensível ou sem saber

Despiu-se por completo de mim.

W.M. França

WMfrança e Maria Aranilda Araújo
Enviado por WMfrança em 19/11/2013
Código do texto: T4577714
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