MOTE: ALMA PERDIDA – FLORBELA ESPANCA & SOL Figueiredo
Alma Perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda noite choraste...e eu chorei!
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Florbela Espanca
Sim, eu chorei perdida e sem ter voz...
Um choro que lavou até a minh’alma,
Depois do temporal, uma alma calma,
Que sofreu por mim, qual dor vil, atroz!...
Buscando um amor profundo, amor em foz,
Que deságua em fonte nesta palma!...
Beber um amor apaixonado na alma,
Viver um sonho sonhado, veloz!...
A noite inteira à espera tua, ó amor!...
Um querer louco fez-se já doente,
Do amor pouco assim, não fora presente...
Desespera-se, então, grita a tal dor:
- Amo-te sim, amo-te simplesmente...
- Amo-te tão somente, amo-te, amor!
SOL Figueiredo – 12 de novembro de 2013 – 20h
Alma Perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda noite choraste...e eu chorei!
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Florbela Espanca
Sim, eu chorei perdida e sem ter voz...
Um choro que lavou até a minh’alma,
Depois do temporal, uma alma calma,
Que sofreu por mim, qual dor vil, atroz!...
Buscando um amor profundo, amor em foz,
Que deságua em fonte nesta palma!...
Beber um amor apaixonado na alma,
Viver um sonho sonhado, veloz!...
A noite inteira à espera tua, ó amor!...
Um querer louco fez-se já doente,
Do amor pouco assim, não fora presente...
Desespera-se, então, grita a tal dor:
- Amo-te sim, amo-te simplesmente...
- Amo-te tão somente, amo-te, amor!
SOL Figueiredo – 12 de novembro de 2013 – 20h