A MULHER DESNUDA
A MULHER DESNUDA
(ANTONIO Tavares de Lima)
Absorto pela estrada
Ia eu a caminhar.
Despertei dos doces sonhos
Com risos vindos de perto
Junto ao sorriso do ar.
O vento uivava leve
Como se fosse uma prece
Em um leve sussurrar
Levantei os olhos e vi
Uma linda mulher sereia
Afrodite do amor eterno
Que estava a me tentar.
Ao ver-me recuou
Cobriu o corpo com as mãos
Mas fez-me um longo convite
Com o seu mais lindo olhar,
E debaixo da cascata começou a acenar.
(LILOCA XAVIER DE MEDEIROS)
Vem meu Apolo querido
Vem comigo se banhar
Toma do véu da cascata
Vem ouvir a serenata
Desta água a cantar.
Veste a roupagem da água
Por onde o amor deságua
Nesta noite de luar
Despe-te dos pingos restantes
Ficas comigo instantes
Quero contigo amar
Desejo à luz da lua
Ficar desnuda e ser tua
Sob os raios do luar.