Shakespeare e Byron

Venha, aqui vim, a dizer-te que não foi em vão meus delírios, que entre as florestas de Inglaterra me fizeram ébrio, cambaleante nas matas, porque na cidade os que me viam não me reconheciam com tal... E fiz escritos e mais escritos poéticos dos amores e dissabores...

Pois entrei até ti, encontrar-te em nosso dueto imaginário, que na mesma floresta que te perdeste achei inspiração para minha trova, palavras da poesia que nada era, e sim apenas uma reflexão do meu mais profundo interior, o meu mais recôndito ser, que nunca foi senão um aglomerado de declarações...

Eis as palavras então, são nossas? Claro que um ser imaginário as escreve, transparecendo seu jeito lúdico de mostrar-se, criando a fantasia de me ser, neste mundo que acredita em caveiras e monstros horrendos do dia a dia, e tão bem sei que mesmo minhas expressões mais seletas nunca foram mesmo por mim assentadas, e sim pela corte que tanto amava...

Oh! Colega de uma pena sem nanquim, amigo da solidão e dos devaneios mais sórdidos, que nada são no que são, e que são somente um grotesco dizer de miséria, que escrevendo ruim, ainda assim tem gente que me tem como sábio, hei!, que ódio passa-me na mente por uns instantes, porque mesmo na minha raiva momentânea, dizem que estou com a graça dos mortais...

Sim, somos funestos algumas vezes, pois ninguém consegue apoiar-se apenas e apenas em coisas esplêndidas, e o brilho das frases não criam por si sós, contudo, oh! imaginação fértil! que arranca o ar do que sobrara em meu peito um resvalar, não quero deixar impressão amarga nem doce de uma poesia dolorida. Pois os poetas que já se foram talvez continuem um dia com suas penas num eternizar...

Quando acordares do sono mais extenso, do mais profundo do poço, e vires que sua escrita tornou-se estranha entre diversas, saberás que a fama nada significou, tão-somente poder olhar para ela e sentir-se vazio, porque a felicidade não vem pelo tão almejado ter, e possuir coisas tais como méritos... apenas contribuem, e bem pouco, para o bem-estar... Descobri: A verdadeira alegria vem de fazer coisas boas em prol dos outros...
Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 24/10/2013
Reeditado em 12/12/2013
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