madrugada
I.
A poesia é a voz amada
tocando as cordas do coração.
II.
Essa é a eterna voz do meu destino.
Num silêncio eterno a vida suspira
e pergunta por mim.
III.
Se a vida suspira, não a abandone
Grite os dias do primeiro olhar
e as promessas feitas na alegria do altar.
Minhas vozes não silenciam, não dormitam
e velam as suas causas.
IV.
No velar do acontecer a noite grita
o grito de pavor:
Ó multidão! acorda e exclama
a enseja busca da noite de sonhos.
V.
Vamos dormir?
Esperanças adiadas me pedem o travesseiro
e as culpas pedem cama, para despirem-se
das máscaras do dia.