TELAS - MARIA ARANILDA DE ARAUJO - BILLY BRASIL
Maria Aranilda De Araujo
Rutilante tela plasmei, embevecida
Cavalguei na luz da lua, onde
Flamejava o teu olhar, inebriado
Deliciava o paladar, infiltrado na minha pele.
Desenho sob medida...Tua boca...Pecado sorvido
Na retina do meu olhar, sugava cada toque
Onde fraseie teu nome. Tela...De olhar flamejante
Onde tateia minh\'alma, no obscuro do meu ser.
Alma desenhada...Delineada, quando se
Deleita com minha nudez, de traços adornados
E me absorve num festim, o qual nossos
Corpos dançam, em ritmo solfejado...êxtase...
Tela...Ampliada sob, minha retina...Retocada
Ao suave toque do teu beijo...De sussurros...
Traduzida...Derramada em teu corpo
Emoldurada...Plasmada...No ritmo do teu olhar.
PINTURA EM TELA DUPLA
E pintei em tua tela, cores que jamais imaginei existir.
Em teu dorso intelectual não fui capaz de pedir help à lua.
E as cores, pareciam ter sabores, não gargalhe, não posso mentir.
Lembrei-me da fusão de nossas peles, encantadas num canto da rua.
Tua boca vermelha em pecado, feita sob medida, perdia-se em minha retina.
Nudez acontecida à cada tato, avalizada pela alma em constante desalinho.
A surdez inerente aos desavisados, diplomou com louvor a altivez cretina.
O que fazer se as curvas quase geométricas sugeriam um pequeno ninho.
Embora a música trazida pelo vento sugerisse dançar.
Recuei-me apesar de extasiado pelo ritmo alucinante.
Não sei dançar, mal sei pintar, creio que só sei mesmo é amar.
Amo o tribal de meu braço, assinado sugestivamente amante.
O traço forte que divide a idéia da pretensa pintura.
Não incluiu o que realmente foi a vontade de captar nova textura.
Então mais uma vez na tela observou-se uma obra inacabada.
Que pena, justo agora nesse momento, em que mais te amava.