LONGE E EM MIM .
Como é que eu vou sair hoje á noite
se não tenho dinheiro para beber ?
Se a solidão me acompanha
e a saudade só me traz você ?
O que era , de repente deixou de acontecer
e sem esperar , comecei a encontrar motivos para tentar
reviver , recomeçar .
Conheci uma paz e um abraço , laço forte
com medo da chama da morte .
Num canto dentro de mim , coração :
paradoxalmente cheio e vazio , meio achado encontro
um rio perdido .
É a emoção do conjunto de várias paixões .
Querendo sempre um pouco de carinho , de calor
que protege e de frio que aquece .
Paixão natural , pele , pelos , olhos...
Agora as lágrimas escorrem pela janela;
meu quarto solidário , de beleza singela
me mostra o meu limite do pequeno ,
universo de ar , dor , alegria , água e terra.
Será que eu queria estar tão vestido assim ?
Prefiro pensar em você , me encantando a qualquer canção
apertando , me crucificando em seu corpo
e me guardando dos medos e segredos
dessa vida .
Apesar da chuva , a vida continua seca ,
minha querida.
O pensamento flui suave , a limites extremos
de amor , dor , paixão e tesão .
Vivemos .
Com Álvaro Marcos de Almeida Teles em 1991.
OBS : Esse texto foi escrito em uma noite de 1991 , quando eu e meu amado amigo Álvaro Marcos Teles , estudávamos jornalismo e sempre muito próximos , resolvemos brincar de completar um a singela poesia do outro .
Alvinho me enviou por e mail e eu amei reviver momentos tão especiais .