A Vila
Era uma vila muita engraçada
Não tinha dono, não tinha nada.
Todos podiam entrar ali no supetão
Porque na vila não havia portão
Ninguém podia viver na paz
Porque a alienação era voraz
Todos podiam fazer o que bem queria
Até bosta, no ventilador, estourara na história
Ninguém na vila se falava
No entanto, a fofoca se propalava
E era feita com muito esmero
Na rua dos lobos, número Zero.