Fragmentos de Conversa VIII

...

– E vou ter você para me distrair.

– Vai???

–Vou???

Vamos???

– Sim?

– Não?

Talvez?

– Quem sabe?

– Coincidência…

– Várias...

– …de muitas.

– Ou poucas.

– mas relevantes. Qualidade.

– Sem dúvida. Impressionantes.

– Ou dúvidas pressionantes.

– Será?

– Só imaginação…

Será?

Que nada vai acontecer.

Pra mim mesmo, foi ótimo.

Acho que não conheço a mim mesmo.

E esse é o meu maior desafio.

– Eu também não a mim.

Acho que é normal...

– Então você me conhece e eu te conheço.

– Pode ser... Será?

– E voltamos ao mesmo ponto.

– Um ponto ou três pontos?

– dois pontos.

Você um ponto eu outro. Uma reta?

Você em um ponto eu em outro. Em uma curva? Tão distante...

– Uma reta ou uma curva: dois pontos extremos com muitos pontos entre elas.

– Quantos pontos? Mensurável?

– Infinitos, acredito.

– Acredite finito.

– Gosto mais do infinito, mas acredito num fim bonito.

– Tempo e espaço. Espaço infinito. E o tempo?

– Finito e infinito.

– Quando finito?

Voltei.

– Percebi.

– Sua percepção é minha admiração.

– Sua admiração é uma honra.

– É uma honra te admirar.

– Pequenas mentiras inofensivas são sua estratégia?

– Minha estratégia inofensiva é saber suas grandes verdades. Mentira?

– Verdade?

– Lógico. Posso provar.

– Prove.

– Agora?

– Não?

– Se é o que deseja...

– É?

– É só porque gosto de você para provar qualquer coisa.

– E minhas grandes verdades?

– Que você conquista a todos.

Mas nem todos te conquistam.

Que você adora chocolates.

E nessa época do ano fica um pouco triste.

Que você vence desafios.

Porém há desafios a serem vencidos.

Que você não entende algumas coisas da vida.

Mas tenta não se preocupar muito para viver bem.

Adora sua família.

Ela te adora.

Algumas verdades são universais.

Outras são suas.

Mais?

– Posso publicar?

– Faça o que quiser com as nossas palavras.

Só não faça o que quiser comigo.

Você já publicou algo nosso?

– Ainda não.

Agora sei que posso.

E que não posso.

– Então que todos saibam o que só nós sabemos.