A Princesa rebelde

A princesa Jordana fugiu do Castelo de Luzes porque estava sendo forçada a se casar com um homem que não amava. Seus pais haviam prometido dar sua mão àquele sujeito por ele ter um grau de parentesco distante com a família real, porém eles não sabiam que o conde Thomas tinha planos maléficos depois que se casasse com Jordana.

Thomas era um homem muito mal, ambicionava ser rei a qualquer custo. Seu plano era se casar com Jordana e logo após dar um sumiço no rei e na rainha para que ele assumisse o trono ao lado de Jordana.

Em certa ocasião, Jordana ouviu uma conversa do malvado com um comparsa que trabalhava na corte cujo nome era Breno, o conselheiro real, ambos conversavam sobre este plano maligno!

O Reino de Ápia estava se preparando para aquele que seria o casamento do século. Luzes, sua capital estava toda decorada.

A princesa havia alertado seus pais de que Thomas era um homem perverso que não merecia confiança, mas seus pais preferiram dar crédito a um estranho e não para a única filha. Eles diziam que o conde era um homem bom e que não havia escolha, Jordana tinha que se casar com ele.

O rei tinha dado sua palavra durante um jantar de gala perante dezenas de convidados ilustres.

Disse ela ao rei Samuel:

- Importa mais para o senhor a sua palavra do que a felicidade da sua única filha?

O rei respondeu:

- Claro que não, minha filha, com certeza você será feliz com este homem e este casamento é necessário para a felicidade de todos os habitantes de Ápia.

A rainha Helena acrescentou:

- Minha filha, ouça seu pai! De sua boca provêm palavras de sabedoria!

Jordana foi para o seu quarto e chorou, não conseguia convencer seus pais, foi aí que ela teve uma ideia de fugir do castelo, disfarçada de cavaleiro. Ela arranjou um lindo cavalo branco e fugiu, chegando a uma floresta bem distante da cidade de Luzes e se perdeu.

Uma bruxa horrenda a encontrou e tratou logo de se disfarçar de uma pobre velhinha. O nome dela era Jezabel. A malvada feiticeira pretendia devorar a linda princesa ruiva de olhos azuis e por isso hipocritamente ofereceu ajuda à Jordana:

- Minha filha! Vamos para o meu casebre, lá te darei o que for necessário!

Foi quando a fada Sophia surgiu do nada e disse para Jordana:

- Não acredite nesta mulher, ela é uma bruxa malvada que devora mocinhas para um dia se tornar jovem e bonita!

A bruxa e a fada tiveram uma batalha eletrizante! Depois de muita luta, varinhas e vassouradas trocadas, a bruxa Jezabel se rendeu e com um uivo saiu voando até seu castelo escondido no meio da mata. Sophia aconselhou Jordana a seguir seu caminho e chegar o mais rápido possível ao reino vizinho, Endoor, antes que escurecesse.

Jordana correu na direção que Sophia lhe deu e chegou a Endoor antes do por do sol, conseguiu achar uma estalagem onde poderia passar a noite e guardar seu lindo cavalo protegido e alimentado. Nesse reino ninguém a conhecia, então podia andar livremente por lá e ver tudo ao seu redor, sentiu uma liberdade e uma paz nunca experimentada.

Entrou na estalagem e foi para a cozinha comer alguma coisa, sentou-se a um canto da mesa enorme, logo um rapaz veio servir um bom prato quentinho de sopa. Olhou nos olhos do rapaz e viu os olhos mais negros e profundos que já vira, em um rosto robusto e forte, de expressão séria. Depois de servir a todos que estavam na mesa o rapaz chegou perto dela e disse:

- O que uma donzela tão frágil faz sozinha em uma estalagem de estrada como essa?

- Estou buscando vida nova. Liberdade.

-É muito perigoso andar sozinha por aqui. Se quiser posso te ajudar no que precisar.

- Qual é o seu nome?

- Natanael e o seu?

- Jordana.

-Engraçado... É o mesmo nome da princesa de Ápia...

- Você conhece Ápia?

- Já ouvi falar de algumas histórias sobre esse reino.

Conversaram mais um pouco e Jordana se retirou para seu quarto. Agora era uma pessoa comum, estava gostando de se sentir assim. Não parava de pensar em Natanael e em sua força de caráter, ele era tão diferente dos homens de Ápia, todos bajuladores e interesseiros.

Dormiu bem e de manhã já encontrou Natanael que lhe perguntava se queria que ele servisse de guia para lhe mostrar Endoor. Aceitou e os dois cavalgaram lado a lado quase o dia todo, sorrindo e trocando confidências, o dia passou rápido e de tarde eles estavam de volta à estalagem.

- Então você é a Princesa Jordana mesmo?

- Sim!

- Não posso acreditar!

- Pois é!

E Jordana contou-lhe toda a sua história...

Enquanto isto em Ápia havia chegado a data do casamento e todos estavam se preparando para o grande acontecimento, porém a princesa estava desaparecida!

Seus pais estavam preocupados, Thomas estava furioso e resolveu chamar Breno, seu comparsa que trabalhava na corte com o intuito de planejarem algo! Resolveu chamar inúmeros homens fora da lei para invadirem o castelo fazerem o rei e rainha de refém, enquanto aguardavam o retorno da princesa!

Conseguiram o objetivo!

- Se a princesa não vier, eu os matarei e serei empossado como novo rei de Ápia, mesmo sem a minha noiva! – disse Thomas.

- Bem que a nossa filha tentou nos alertar de que você não era uma boa pessoa! – disse a rainha com lágrimas nos olhos.

- Calma, meu amor – disse o rei – eu errei, mas tenha fé, que haverá uma solução!

Sophia observava tudo, pois estava invisível para ninguém percebê-la e foi até em Endoor para avisar sua protegida sobre o que estava acontecendo em Ápia.

No exato momento em que Sophia apareceu, Jordana estava beijando Natanael, então Sophia fingiu estar tossindo para chamar a atenção da princesa.

- Lamento interromper o momento dos dois pombinhos, mas estou aqui porque está acontecendo algo terrível em Ápia que você, princesa, precisa saber!

- O que está havendo?

Sophia contou tudo...

Jordana ficou desesperada:

- Eu preciso ir pra lá ou meus pais irão morrer por minha causa...

- Eu vou com você – disse Natanael.

A linda princesa apiesa e o belo plebeu endooriano montaram no cavalo e foram rapidamente para Ápia com a intenção de resgatarem o rei, a rainha e salvarem o reino das mãos dos inimigos!

Sophia com sua mágica os ajudaria no que fosse preciso, inclusive com o fornecimento de espadas, escudos e armaduras!

Jordana aparentemente era frágil, mas o que Natanael não sabia era que a princesa de Ápia era uma grande guerreira...

Chegaram a Ápia rapidamente com a ajuda de Sophia, que logo ajuntou todos os cidadãos na praça principal do reino. Jordana subiu em um banco de pedra e com seu talento de princesa conseguiu com poucas palavras explicar o que estava acontecendo em Ápia e pedir a ajuda de todos, e como seus pais eram excelentes dirigentes do reino, resolveram ajudar de bom coração a sua querida princesa.

Sophia deu armaduras e espadas para todos os guerreiros e guerreiras do reino e todos foram em direção ao Castelo de Luzes. Chegando lá pegaram de surpresa o Conde Thomas, ele não esperava que Jordana viesse e muito menos trazendo um exército. Ele ainda tentou argumentar com a multidão, mas como eles confiavam em Jordana que sempre fora uma excelente princesa, nobre, bondosa, amorosa, verdadeira e sempre se preocupou com o bem estar de todos, acabou desistindo e se rendendo.

Sophia sorria feliz, vendo a cena de longe, sabia que não precisariam lutar, mas queria que todos estivessem preparados. Jordana mandou que expulsassem o Conde Thomas e seus aliados de Ápia e que eles nunca mais pudessem voltar. O rei Samuel e a rainha Helena se admiraram com a força e o caráter de Jordana e decidiram abençoar seu casamento com Natanael.

Todo o reino de Ápia veio para a celebração do casamento mais aguardado de todos, sua amada princesa se casaria com seu escolhido, o valente Natanael de Endoor, que todos passaram a admirar pelo talento notável em administrar o reino junto com o rei Samuel.

Jordana estava lindíssima e Sophia toda orgulhosa, tinha juntado esses dois pelo bem do reino e agora tudo iria ser como o planejado. A paz de Ápia agora estava garantida assim como a felicidade dos noivos.

Texto criado em parceria com meu amigo e grande escritor Cadu Lima Santos, visitem o Recanto dele:

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=59353

Priscila Pereira e Cadu Lima Santos
Enviado por Priscila Pereira em 22/07/2013
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