CRIADOR OU CRIATURA?

Quando eu acabo de compor já nem sei quem sou

Eu que vinha escrevendo sem parar,

Eu que não ligava nem um pouco pro azar,

De repente me confundo com meu verso,

Não sabendo o errado ou o certo.

Ana

Assim, com a indiferença permeando o meu ser,

Trago nas vísceras as lembranças mais queridas

Das minhas letras pensantes nos momentos vividos,

Onde a plena paz insurgia e a inspiração aflorava!

E hoje, entre penumbras tristes,

Os meus olhos taciturnos já não possuem mais lágrimas.

Antenor

Seca de lágrimas e vestida de palavras,

Já não sou quem eu disse que era.

Sou quem sabe, uma sombra que passou

Para um poeta qualquer..., uma doce quimera!

Por isso, pergunto:

De quem são os versos meus?

De quem roubei a inspiração?

Ou, se eu sou a própria criatura,

Quem me compôs então?

Ana

Revestindo-me a cada dia

Das palavras que palpitam em minhas entranhas,

Vou seguindo a minha sina

Entre veredas tristonhas!

As indagações são tantas...

O meu futuro é incerto, atemoriza!

Já não procuro ocultar o meu viver de fantasias

Em que as ilusões do ocaso

Transformaram os meus sonhos

Na incógnita do meu mundo

E minhas inspirações inebriam

As tardes azuis do outono.

Antenor

PS: Obrigada querido poeta Antenor Rosalino por sua generosidade em dividir comigo algumas letras. Sinto-me honrada e infinitamente agradecida. Visitem o cantinho desse extraordinário poeta, lá aprendo muito sempre que vou. Valeu amigo!

Ana Maria de Moraes Carvalho e Antenor Rosalino
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 05/06/2013
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