A DESVAIRADA NA CURVA DO TEMPO

A DESVAIRADA NA CURVA DO TEMPO

Se um dia colocassem numa sala, (KM)

Descalça, joias caras e de bengala; (AZ)

Aquela que um dia se punha a sonhar, (KM)

E desvairada não parasse de caminhar. (AZ)

A acreditar que a vida era rosa, (KM)

Que beata era muito perigosa, (AZ)

Toda bela e garbosa para se aproveitar, (KM)

Que a minha inocência iria matar(AZ)

Acho que a de hoje riria, (KM)

E não mais na sala ficaria(AZ)

Com desdém e(KM)

Indo mais além, (AZ)

Apontaria todos os defeitos, (KM)

Proclamaria os bons feitos(AZ)

Os do passado os do futuro, (KM)

Os feitos as clara e no escuro, (AZ)

Em pretéritos perfeitos. (KM)

E porque não nos imperfeitos? (AZ)

Quem sabe então o passado, (KM)

Tornasse a ficar dourado, (AZ)

Munido da esperança, sorrisse. (KM)

Entrasse em estado de birutice(AZ)

Acreditasse que a falta de doçura era apenas "ranzinzice".(KM)

E desse a mão ao futuro num ato de criancice(AZ)

Apontasse a oportunidade, (KM)

Que está na imaturidade (AZ)

De um diferente amanhã(KM)

Incrustada em nos como guardiã(AZ)

Apoiado apenas em alguma confiança vã(KM)

Na certeza que depois da noite vem à manhã. (AZ)

A do futuro, diria,com a voz de quem já sentiu, (KM)

Que antes um não, que um sim que tudo permitiu. (AZ)

O sabor do amargo e do azedo em grau doente, febril, (KM)

Arrasta o quem tudo teve fácil para um covil(AZ)

Que a esperança é a arma carregada pelos tolos, (KM)

Pois os sábios veem a pedras no caminho como tijolos. (AZ)

E no fim da jornada, nada serve de conforto. (KM)

Pois todos serão taxados como um ser morto. (AZ)

André Zanarella (AZ) 06-05-2013

Keila Machado(KM) 30-04-2013

André Zanarella e Keila Machado
Enviado por André Zanarella em 11/05/2013
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