CONTRADIÇÃO 
REALIDADE


Não digo o que não sinto
Não sinto quando minto
Se digo, minto
Que decifrem o que sinto
Se mentir
Vou insistir
Deixo de pedir
Me impedir
Pedindo exerço força
E afrouxar essa forca
A impedir a mentira
Antes que me castiga

Destilo fel dos dias vãos
Nas linhas das minhas mãos
Mortos, infecundos...
Riscos rasos e fundos
Sinto o que não queria dizer
Embora minta pra poder ser
Para quê?Falar?Calar?
Sem porquês delatar

Amar na extensão da vida que passa
Calar diante de uma desgraça?
A mentira nefasta afasta
A mentira saudável devasta
Sentimento real
Ameniza dor mortal
Imortal glória de não ser aquilo que foi
Pra contar a partida do amor que se foi


Denise de Souza Severgnini
Gilnei Nepomuceno
Gilnei Poeta
Enviado por Gilnei Poeta em 26/03/2007
Código do texto: T426026
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