A VIDA NÃO PÁRA
Num caminho entre um canteiro de arrudas um vento calmo sopra...
Vejo o vermelho, a dor não o deixa em paz uma vespa sempre o pica.
Talvez esta sensação já se tornasse comum a ele.
Ao longe um rugido entre árvores...
Uma caixa com muitos papéis está ali enterrada em solo seco.
Antes de curas vamos falar de um medo.
Medo? Sim medo.
O medo que atormenta a alma dos impuros
O medo de entregar-se ao sono e ter pesadelos
O medo de morrer e não ter paz...
São vários medos? Não, apenas medo!
Ali nos papéis encontra uma folha azul de uma receita
com o seguinte dizer: bons momentos, foto de um casarão.
Lembra-se da janela quebrada que sempre cortava algo...
Nostálgico ambiente: verde claro, algo lilás.
Mas o medo de voltar ao passado transforma a sua visão
Um fogo lhe sobe às faces e lágrimas escorrem
A imagem dantes calma se agita e novos tons se configuram
Um amarelo alaranjado mata o verde e o azul...
Um grito!
Esta corrente que traz presa ao pulso tem muita história neste casarão:
Eles faziam rituais a Dionísio!
Um corte mais uma vez:
- Os papéis!? Carta endereçada a Arestides, lê se a carta 12 de março de 1851
- “Estamos aqui muito bem, por favor mande notícias. Algo terrível acontece.
O imperador parece não estar bem ele e aquela relíquia que comprou.”
E imagina a cena:
O fantasma vivendo em meio às lembranças, sem paz...
O dia amanhece e o alaranjado transmuta para um amarelo suave de um lindo dia de sol.
É meus senhores: A VIDA NÃO PÁRA!
Carmen Rubira e Cisne Negro.
Março, 2007)