Amor sofrido
Sinto o peito arder na agonia
Desse sofrer sem prazo marcado,
Que me condenou à revelia,
E por tempo indeterminado...
Sinto meu coração quase em letargia
Respirando sem ter motivo forte
Talvez por pura teimosia
Pobre coração à beira da morte.
Essa dor, que é maior agora,
Nessa hora de dor e solidão.
A chama que minh'alma devora,
E deixa em cinzas o meu coração.
E o motivo hei de levar comigo
Pra outra vida, pro túmulo frio
Morri de amor proibido
Como dia sem sol, sombrio.
Sofri feito cão sem dono
Desesperado bebi cicuta com limão
Recebi um amor sob a forma de abandono
Tive uma vida totalmente em vão!
Tudo culpa minha, não se importe
Com esse coração tão sofredor.
Pois, ainda prefiro a morte
A viver e não ter o seu amor!
Em mais um dueto, dessa vez com a brilhante poetisa Sônia Villarinho, agradeço a inspiradora ajuda nessa que desejamos ser uma pequena homenagem aos nossos mestres Augusto dos Anos e a bela Florbela Espanca.