BIJOUTERIA DISFARÇADA

Deixa que deite meu cansaço
e minha saudade no teu colo,
não suporto essa dor que me invade,
que me rasga o peito
e minhas entranhas,
que dilacera minh'alma
e marca meu corpo.
Ainda te pertenço,
me pertences.,
nem sabes o quanto sou tua,
nem percas tempo em procurar
o que já tens e nem encaras.
Tudo o que queres é mais um pouco,
o que olhas lá longe sem enxergar,
bem na frente do seu nariz, infeliz!
E te digo, sou um tesouro
e esta outra é uma bijouteria,
disfarçada de jóia
e que não demora, verás!
Nem dá valor ao sentir
e sentirás o descaso que me cansa
de insistir na tristeza que me derruba,
na ânsia insuportável,
invadindo meu coração que é seu
e estranhas.
Fica então a tua marca,
a cicatriz que mora em mim,
com a calma serena,
em sofrimentos e esperança
de um fim na sua pobre ganância,
de um nada desgastado,
por que, para que e para quem?

Regina Zamora e Marta Bittencourt



Texto revisado por Marcia Mattoso