PONTO FINAL

PONTO FINAL

Sônia, na cozinha, num suspiro, pensa alto! Relembra o começo do seu relacionamento com Juarez.

Sônia

Como o começo foi bom!

Nossa vida era só alegria,

amávamos no mesmo tom,

tínhamos as mesmas fantasias.

Quando ele chegava

me pegava de um jeito

que eu não resistia.

Ele me apertava forte

em seus braços,

que eu me desmilinguia.

Ele era o meu homem!

Era do jeito que eu queria,

safado e sem pudor.

Ah, Quanta folia

fizemos no amor.

Hoje, um sujeito asqueroso,

eu tenho até nojo.

Quando ele me toca,

me dá engulhos,

é repugnante.

Pago o preço alto

pelo prato que como.

Estou morrendo de fato,

quando a seco

engulo os seus maus tratos.

Juarez na sala assiste ao futebol na TV e brada!

Juarez

Sônia, traz uma cerva

que meu “Fla” está ganhando.

Não tem mais o Zico,

mas ainda dá o recado no campo.

Sônia

Por que você não vem pegar?

Juarez

Não quero perder uma lance!

Traga logo! Tenho sede é nesse instante.

Sônia

Ah, Juarez, vem pegar!

Juarez

Como mulher você é um merda

e ainda não quer fazer o que mando?

Sônia

Você só atira pedras

na minha autoestima

Juarez

Deixa de idiotices,

você já não é uma menina!

Sônia vem para sala e responde para Juarez.

Sônia

E você, você acha que é um garotão?

Juarez se levanta e responde:

Juarez

Eu dou pro gasto,

sou viril e cheio de tesão!

Sônia

Você também não é mais um menino,

está ficando careca e já tem até barriga.

Juarez

Que nada, eu dou pro gasto ainda!

Sônia e Juarez discutem. Juarez insiste que Sônia traga a cerveja e ela então responde:

Sônia -

Só porque sou sua esposa,

eu serei a sua escrava?

Sou ainda dona de mim

e mesmo com amarras,

eu quero o nosso fim.

Juarez -

Fim de quê? Cala a boca!

Vá cuidar da nossa casa

e vê se vai lavar a louça.

Pare logo com essa idéia

Antes que eu te parta a cara!

Sônia -

Você só pensa em você!

Juarez -

E o que tem isso a ver?

Sônia -

Mas onde eu fico?

Estou envelhecendo!

Você me enche de rugas!

Juarez -

Calada sua...

Sonia -

Pode me chamar de puta,

você não me tem respeito.

Que tipo de sujeito é você?

Juarez -

Aquele que tem direitos!

Você é minha mulher

e tem que fazer

Tudo o que eu quiser!

Agora vem me saciar,

estou com muito tesão.

Tira essa roupa!

Sônia -

Olha, como você é grosso?

E seu eu falar que não?

Juarez -

Você não é louca!

Sônia -

Mas eu não estou a fim.

Juarez -

Mas eu quero!

Sônia -

Mas vai ser ruim!

Juarez -

E daí?

Nesse instante Juarez avança e praticamente despe Sônia. Os dois fazem amor. Juarez depois de saciado dorme e Sônia pensa alto.

Sônia-

Ainda terei a minha vingança.

A dignidade e o respeito

que ele me subtraiu.

Coloco tudo na balança

e quando eu cobrar cada dor,

cada vida que deixei de viver

Cada sonho que ele me despertou,

ele vai chorar lagrimas de sangue.

Então nesse instante

A minha vingança eu vou ter.

Nesse momento Juarez se mexe na cama. Ela então fala.

Sônia -

Tomara que morra com seus pesadelos,

sufoque com seus roncos,

engasgue com seus próprios lamentos,

e assim, me liberte desse sofrimento.

Amanhece e na mesa de café o casal conversa.

Juarez -

Dormi feito um anjo!

Sônia -

Até o diabo descansa!

Juarez-

O que você quer dizer?

Sônia -

O que você conseguiu entender

Juarez-

Não me venha cheia de banca!

Vou tomar esse café

e sair para trabalhar.

Você como toda mulher,

da casa tem que cuidar.

Sônia -

Você não viu que o tempo mudou?

Juarez -

Que tempo?

Sônia -

A mulher evoluiu, não vê?

Juarez -

Evoluiu pra quê?

Cozinhar e lavar,

não precisa de estudo.

Sônia -

Ela achou o lugar no mundo.

Juarez -

O lugar no mundo

é no tanque e pronto!

Sônia-

Deixa de ser tonto,

olhe ao seu redor

Juarez-

Olha, irei trabalhar!

Vou dar o meu suor

pra te dar comida.

Sônia-

Ah, vá viver sua vida e

deixe-me aqui sozinha

Juarez-

Certamente que sim,

mas pense na cozinha!

Ah, ah, ah, ah...

Sônia-

Vá, vá, vá...

Juarez sai, vai trabalhar. Sônia vai para a cozinha, segura uma faca e pensa.

Sônia-

A solução pode ser brutal,

mas me falta coragem.

Ainda tenho o estigma

da mulher antiga.

Sou submissa e covarde,

mas estou em meu limite.

A linha tênue está partindo

e eu sei que é um perigo

Mas ainda estou lúcida,

mesmo estando ferida.

Ainda penso com lucidez.

Ah, mas meu caro, Juarez,

ainda vai chegar sua vez,

mas por enquanto eu suporto.

Vou assim me anulando,

não sei até quando.

Sônia resolve preparar a comida para o almoço.

Sônia-

Nessa hora da vontade

de temperar com dor

e salpicar com ódio

esse prato de pavor.

Minha vida se resume

na espera da felicidade

que, talvez, eu encontre

com minha liberdade.

As grades do casamento

prendem os meus desejos,

mas não vejo a hora

de soltar as amarras

e voar por aí afora.

O amor às vezes trai,

mostra toda a candura,

nos envolve em ternura,

mas, depois, leva a paz.

No começo, a paixão,

o fogo dos sentimentos,

as promessas de união;

depois o arrependimento,

palavras doces viram ofensas,

carinhos são torturas,

o desejo logo amorna

e o que antes era aventura,

transforma-se numa droga

Um vício, no qual se tenta insistir,

Mas muito difícil de conseguir.

Nessa hora Juarez bate na porta.

Sonia-

Por que chegou cedo?

Juarez-

Não foi para te ver

Sônia-

Não esperava por isso!

Juarez-

Mas é bom você saber

Sonia-

Por que essa brutalidade?

Juarez-

Você espera o quê?

Sonia-

Um pouco de delicadeza.

Juarez-

Ah, vá se fuder!

Sônia-

Vá você!

Juarez-

Cala a boca idiota,

ou eu vou calar.

Tenho que te sustentar,

ainda você se acha com razão?

Se eu te deixar,

você só sai com a mala de mão!

Sônia-

Não seria melhor pra nós

essa separação?

Juarez-

Quem decide sou eu!

Traz logo esse rango

que minha fome é de leão

Sônia põe a mesa e os dois comem quietos. Sônia pensa a cada garfada que Juarez leva à boca.

Sônia-

Come o prato que preparo,

logo em seguida cospe.

Deus, que mal eu fiz

pra não ser feliz?

Será ele meu carma?

Estou encurtando meus dias,

matando meus sonhos,

vivendo sem alegrias

pra cumprir um papel

que me consome dia a dia;

Ele se entope de comida,

bebe todas as noites,

restos de minhas fantasias;

Engulo a seco os xingamentos,

suporto seus mandamentos,

sigo à risca o que me dita;

Maldita vida, maldita vida!

Juarez-

Por que está calada?

Não envenenou a comida?

Sônia-

Estou apenas pensando,

pensando em minha vida

Juarez-

Sua vida é muito boa,

tem de tudo e muito mais.

Sônia-

E a minha paz?

Juarez-

Você ta querendo até demais.

Sônia-

Eu quero apenas viver!

Juarez-

Ah, já estou cansando de você!

Esse seu lenga lenga

já está me irritando.

Não estou pronto pra te sustentar

e ainda ouvir você resmungando.

Sônia-

Você é insensível,

nada compreensível!

Juarez-

Eu sou é muito macho!

Sônia-

E eu sou seu capacho?

Juarez-

Você é o que eu quero!

Sônia-

Eu te detesto!

Juarez avança para cima de Sônia e ali a força fazer amor com ele.

Juarez-

Viu, como quem manda sou eu?

Sônia chorando responde:

Sônia-

Você é um vagabundo,

um safado, descarado...

Juarez-

Sou é bem gostoso!

Já comi, até duas vezes,

estou bastante saciado.

Sônia-

Eu não sei quanto tempo

ainda vou suportar

Viver desse jeito.

Aos poucos você vai me matar!

Juarez-

Se você morrer

vou curtir a vida.

Viverei de amor

e de noites fodidas

Sônia-

Você faz tudo o que quer,

eu nunca o censurei.

Juarez-

Você é só uma mulher.

Sônia-

Isso eu já nem sei.

Juarez-

Virou agora “sapatão”?

Sônia-

Você é um estúpido!

Juarez-

Mulher que conhece Juarez,

nunca o esquece não.

Sônia-

Idiota e convencido!

Juarez-

Agora vou tirar um cochilo,

Não me acorde, não vou trabalhar.

Sônia-

Além de bruto vai virar vagabundo?

Juarez-

Ah, me deixa em paz!

Sônia-

Vá e me deixe só

curtindo em meu mundo!

Juarez acorda e já é noite. Ele então diz:

Juarez-

Tirei um bom cochilo,

descansei do cansaço,

estou pronto pra noite

e pra sonhar noutros braços.

Sônia-

Safado, nem esconde mais!

Eu não estou mais suportando.

Juarez-

Homem pode é tudo,

mulher tem que ficar esperando.

Sônia-

Esperando o quê?

Juarez-

O seu homem voltar.

Sônia-

Por que não fica por lá?

Juarez-

Por que aqui é minha casa

e aqui é o meu lugar.

Sônia em um acesso de fúria avança contra Juarez e ele a esbofeteia.

Juarez-

Você pediu por esse tapa!

Sônia-

Era só o que faltava.

Juarez-

Agora eu vou sair,

não sei que horas volto.

Sônia-

Tomara que morra logo!

Juarez sai e Sônia senta e chora. Com lágrimas rolando, ela desabafa.

Sônia-

Cheguei ao fundo do poço,

apanhei e aceitei.

Estou em pedaços,

meu orgulho em cacos,

o que vou fazer, não sei.

Tenho vontade de sumir,

mas vou viver do quê?

Não tenho emprego,

vivo com o dinheiro

das sobras da feira

que tenho que fazer.

Estou de mãos atadas,

mas eu sei muito bem

que toda ação

provoca uma reação

e eu não me conheço bem.

Se ele me bater de novo,

não quero nem pensar.

dessa vez eu vou revidar!

Sônia vai dormir e Juarez chega bêbado fazendo algazarra.

Juarez-

Cadê você Sônia, acorda!

Esquenta a minha comida,

estou com fome e com sono.

Levanta dessa cama, queridaaaaa!

Acordaaaaaa! Acordaaaaaaaaa!

Se não levantar, Sônia,

eu vou aí te despertar.

Sônia aparece sonolenta e assustada.

Sônia-

Para de gritar,

está bêbado

e ainda vem me azucrinar

Juarez-

Vá, esquenta a comida

que eu quero comer!

Depois vou te fuder

Sônia-

Você já não teve isso na rua?

Juarez-

Tá negando fogo, mulher?

Sônia-

Você não vai forçar, vai?

Juarez-

Vou sim, eu quero gozar mais!

Sônia-

Deixa eu esquentar sua comida.

Juarez-

Sirva o prato despida.

Sônia-

Você acha que sou o quê?

Juarez-

Minha mulher

e tem que fazer o que eu quiser.

Sônia-

Por que você não come

e depois dorme, Juarez?

Juarez-

Vou comer você

e depois dormir de vez.

Juarez termina de jantar e faz o que prometeu.

Juarez-

Agora é a sua vez.

Sônia-

Eu não quero, Juarez.

Juarez-

Você não tem querer

e eu quero é fuder!

Sônia-

Não, não, não, não...

Juarez-

Vem pro seu garanhão.

Nesse momento, Sônia pega o machucador de carne e agride Juarez, que com a pancada desmaia.

Sônia-

Meu Deus, será que eu o matei?

O que vou fazer? Ah, não sei!

Ele está se mexendo, ainda bem.

Se ele morrer, seria bom também!

Juarez-

Ai, ai, o que aconteceu?

Você me bateu, sua puta?

Estou com uma dor horrível

aqui na minha nuca.

Sônia-

Eu não Juarez, você que apagou!

Bebeu demais, isso é que dá.

Juarez-

Você me bateu, depois eu resolvo.

Me leva pra cama, estou com sono.

Sônia-

Vamos, eu te ajudo.

Juarez-

Não preciso de você,

eu mesmo me acudo!

O Dia amanhece e Sônia está colocando a mesa do café. Juarez chega.

Juarez-

Estou com a cabeça doendo

e ela está até cortada.

Sônia-

Você deve ter caído

em função de ter bebido!

Juarez-

Me respeite, eu não caio!

Eu sou é muito forte!

Bebo e sou forte demais.

Você teve grande sorte

de ter casado comigo.

Macho de grande porte!

Sônia-

Homem não é isso,

homem é respeito!

Juarez-

Quer que eu te mostre o homem?

Sônia-

Toma seu café!

Juarez-

Vou tomar, porque estou com fome.

Sônia-

Você vai trabalhar hoje?

Juarez-

Trabalho o dia que eu quero.

Sônia-

Você perdeu o emprego!

Juarez-

E daí? Sou eu que tenho

que trazer dinheiro e

nunca faltou nada.

Você tem do bom e do melhor,

sem derramar uma gota de suor.

Sônia-

E o que vamos fazer

quando acabar as economias?

Juarez-

E pobre tem dinheiro guardado?

Não vai me dizer quê...

Sônia-

Eu falei só porque

a partir de amanhã,

não teremos o que comer.

Juarez-

Você guardou algum?

Me dá logo ou eu tomo.

Sônia-

Não tenho nenhum.

Eu ia economizar como?

Juarez-

Eu vou procurar e vou achar!

Sônia-

Não sei o que vai encontrar.

Juarez resolve revistar as coisas de Sônia e de tanto procurar encontrou.

Sônia-

Esse dinheiro é meu!

Juarez-

Você nunca trabalhou,

por isso não é seu!

Sônia-

Mas eu guardei para alguma necessidade.

Juarez-

Eu estou precisado agora de caridade!

Juarez sai com a economia de Sônia, enquanto ela grita de ódio.

Sônia-

Agora cheguei ao meu limite,

não estou mais suportando!

A noite chega cheio de apetite,

à qualquer custo quer me possuir.

Isso tem que ter um fim!

Estou levando uma vida de cão,

comendo migalhas do amor,

restos de uma esperança

que se esvai com minha dor.

Agora o inferno começou!

Desempregado e bêbado,

o que pode mais acontecer

nessa minha vida que o diabo

com seu cajado abençoou?

Não quero passar meus dias

Acarinhando um algoz.

Preciso urgentemente

desatar os nós

desse romance, nesse instante.

Juarez novamente chega bêbado e agressivo.

Juarez-

Vem cá sua puta,

escondendo dinheiro?

Vem cá que eu quero

sentir o seu cheiro.

Sônia está com medo, mas não tem onde se esconder.

Juarez-

Vem logo, mulher,

estou queimando de tesão!

Se você não aparecer

vai ser...

Sônia-

O que você quer?

Vai dormir homem,

não está cansado de beber?

Juarez-

Eu quero é fuder!

Sônia-

Mas eu não quero, Juarez

Juarez-

Você não tem querer!

Vem que quero te comer!

Juarez estupra Sônia. Ela tenta esquivar, mas ele a agride com socos até conseguir o que quer.

Juarez-

Poderia ter sido com carinho,

mas acho que você gosta assim!

Sônia-

Eu não quero mais, Juarez.

Me deixa ser feliz!

Juarez-

Se eu te deixar, quem vai te querer?

Você é velha, feia e sem predicados.

Na verdade, você é um tribufu!

É mais feia que um urubu depenado.

Sônia-

Então vamos acabar com isso!

Não podemos viver mais assim,

temos que dá um fim

a esse nosso compromisso.

Juarez-

Quem manda sou eu

e eu não quero acabar!

Sônia-

Mas Meu Deus, Juarez,

O que você nos fez?

Juarez-

Te fiz mulher, baranga!

Ninguém te queria,

eu te fiz um favor .

Senão estava encalhada

e com uma vida vazia.

Sônia-

Eu já estou morta!

Vida eu não tenho,

aliás, ela está fora dessa porta.

Juarez-

Saia e eu lhe dou um soco,

que você vai ficar torta!

Sônia-

Acho que só vou viver depois de morrer!

Juarez-

Você é louca, é só o que tenho pra dizer.

Os dias passam e Juarez dorme de dia e bebe a noite. Sem dinheiro e trabalho, começa a faltar comida. Sônia entra em desespero, Juarez continua lhe espancando toda vez que volta da noite bêbado. Certa noite, ela toma uma decisão.

Sônia-

Essa faca pode ser minha liberdade,

o caminho da minha salvação.

Vou trocar minhas lágrimas

pelo sangue derramado no chão.

Quero vê-lo agonizar

e sei que será até pouco

o que ele irá sentir,

se comparado o que eu sofri.

Se hoje ele me forçar,

juro que coloco um fim

nessa minha história

que não terá final feliz.

Tentei arrumar esse amor,

mas ele vinha e bagunçava.

Insisti, fiz das tripas coração,

agora sei que foi tudo em vão.

Hoje, estou decidida.

Vou mudar minha vida!

Não demorou e Juarez chegou bêbado e violento, querendo de qualquer maneira um carinho de Sônia, que como ela, já estava morto.

Juarez-

Mulher, seu macho chegou!

Venha aqui me dá seu amor!

Estou faminto para transar.

O mulherio da rua é fraco,

não consegue me saciar.

Vem cá vem, tribufu!

Estou a fim de gozar!

Sônia sai da cozinha e deflagra muitos golpes em Juarez, que bêbado, não esboça reação. Depois de conferir a morte do seu marido, ela deita no meio de todo sangue e aliviada desabafa.

Sônia-

Ele tanto fez que conseguiu.

Me fez sujar as mãos.

Estou, meu Deus, aliviada.

É o fim dessa maldição e

estou livre pra viver.

Mesmo numa prisão,

eu vou ser mais feliz1

Adeus infeliz, adeus infeliz!

Vá para o diabo que carregue

e no inferno espero que pragueje.

Foi pouco o que te aconteceu,

Deus sabe o que passei, só Deus.

Seu sangue manchando o chão,

é o desabafo do meu coração

Estou agora regozijando,

explodindo de felicidade.

Liberdade, liberdade, liberdade

Liberdade, liberdadeeeeeeeeee!

Mário Paternostro