NOITE…

— A noite é meu sombrio domicílio!

Noite longa, noite tensa,

Uma insônia tão imensa!

Noite densa, solitária,

Noite de mistério, vária!

Noite…sombra desolada

No fulgir da madrugada!

Noite de muda insistência,

De toda a minha existência!

Noite secreta, sem fim;

U'a noite que jaz em mim!

Noite do bem e do mal,

Noite funérea, mortal!

Noite triste, tão vazia!

(A ave noturna pia…)

Ouço o seu funéreo canto,

Que se assemelha a meu pranto!

Noite em que vagam lembranças

E morrem as esperanças!

Noite que embala meus sonhos…

Mortos! Já mortos! Medonhos!…

Noite de lindas estrelas…

Oh! Já nem posso mais vê-las!

Noite, que é mi'a preferência,

Mas terrifica a consciência!

Noite de ódio e de amor—

Cópula estranha de horror!

Noite de mágoas, de agruras…

Oh! Mausoléus! Sepulturas!

Noite dorida, chorosa,

Deveras tão lacrimosa!

Que no meu pranto se prende

E hoje p'ra sempre se estende.

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Epígrafe, primeira, segunda, terceira estrofes, 1º, 2º e 3º versos

da quarta estrofe- Ann Bauer Kafka

4º verso da quarta estrofe, quinta, sexta, sétima e oitava estrofes-

Alysson Rosa

angelk e Alysson Rosa
Enviado por angelk em 28/12/2012
Reeditado em 27/08/2015
Código do texto: T4057731
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