Psiquê

"- Eu te conheço, sei porque esses teus olhos parecem sempre tão perdidos, meio sozinhos... é que você é do tipinho de garota mimada que se dá o luxo demais, se permite escolher a dedo, não tem paciência pras coisas porque o mundo te faz ter carência de desatenção, e a culpa é toda tua! Fica dando trela, usa tua conotação sexual como vantagem e acha que tudo é um jogo. Existe carma, isso eu te falo com propriedade!"

"- Nunca entendi que mania é essa de que as pessoas tem de analisar as outras. você realmente chega em algum lugar com isso? vou ao banheiro, já volto." (risos)

"- ei não, senta aí! tu estás fugindo, não gostas de ouvir a verdade... mas tu tens machucado muita gente, sabia? tua mania de tratar todo mundo indiferentemente bem, como um passarinho que caiu na tua piscina com a asa quebrada e tu cuidou por o achá-lo fofo e o pôs de volta a vida quando estava com a asa curada. Todos os teus pássaros despencaram de alturas mais altas que as da primeira queda, tu percebestes? Deverias pensar mais nos outros também, molequinha egoísta. sabes que consegues o que quer, mas deveria pensar no outro lado."

"- ...eu quero ir ao banheiro, solta meu braço. Eu vou voltar rápido."

"- Você me disse a mesma coisa a um tempo atrás, lembra? quando eu estava apaixonado e que você disse que precisava pensar. Voltou, mas voltou diferente, como se não quisesse realmente voltar. Tu não sabes o que queres da vida, o problema é esse. Eu te amei demais, porra! Tu trata isso como se fosse tão normal, como se colecionasse carinhas te amando pra ostentar por aí, não liga. Eu procuro te entender o tempo todo... E quer saber o que eu acho? acho que tu terminarás bem infeliz, com um cara que te bate, manda em ti e tem mais três bundudinhas que ele come regularmente, enquanto tu choras desesperada em algum banheiro de boate gay por estra revoltadinha com o chifre que levastes que alguém que tu realmente amou."

"- Ei ei amigão, Traz mais duas cervejas, por favor! Ainda vais beber, não é? Isso, duas cervejas bem geladas."

"- Tu não prestou atenção em nada do que eu disse, né? ... tá bom, se vais ficar te fazendo de desentendida eu vou ind..."

Ele arruma as suas coisas enquanto ela se levanta e o segura pela cabeça.

"- eu ouvi sim, ouvi tudo."

ela sorri, tirando a força dos braços.

" Então porque tá se fazendo de babaca assim? Caralho, coisa idiota. Me responde pelo menos, menina"

" Tenho todas as tuas respostas, mas não quero as dar. Uma das coisas que eu sei é que não quero problemas, que não quero alguém que, enquanto eu ligue depois de um dia puta cansativo queria me dar lição de moral em uma mesa de bar. Te liguei pra matar a saudade, gosto de ti, gosto da tua companhia, mas dispenso tua paranóia. É dificil pra ti só sentar e conversar um pouco comigo sem me analisar? Eu realmente não quis voltar, o caminho ficou longo e complicado demais, eu nunca quis isso. Foi melhor assim, se eu tivesse te enganado talvez estivesses mais puto agora, não achas? Na verdade, todo mundo comete o mesmo erro comigo, achando que eu quero algo tão tão grande e se achando pequeno demais que acaba dramatiza tudo e... não é assim que funciona pra mim. Fica vai, te quero perto de mim. Desarma essa tua cara, tira essa jaqueta, o frio tá apenas lá fora, abre tua cerveja e me conta como foi teu dia, tudo como quando me apaixonei por ti... "

Laysa Niéves
Enviado por Laysa Niéves em 23/12/2012
Código do texto: T4050342
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.