Duelo de palavras
Duelo de palavras
Com meus olhos felinos apago à luz
Leio...meus mais íntimos segredos.
Tenho orgasmos...Radiante de felicidade...
Amo-te versos em minh'alma pagã de saudades
Te amarei nas alturas...
Tenho tontura e febre.
Dos meus olhos nasceram luz
Para cegar em silenciosa e profunda leitura
A partitura da sinfonia dos versos
Feito raiz saindo da terra que fecunda
Profundas raízes...
Sementes espalhadas por pássaros que nunca vi
Fico só imaginando...O namorico dos pássaros
E o acasalamento dos sabiás...
Como cantam esses passarinhos
Que se tornam ninhos em minha sacada.
Alado cavalo
Que honra ser montado
Em minha passiva e derradeira aventura.
Anjo dourado e tresloucados
Voando sem intelecto humano
Anos à fio...
Toca-me forte...
Invade minha cintura com espada
Arranca minhas asas num galope feroz e voa...
Luciferiano Luz esper domino
E as máscaras caindo num efeito dominó.
Acorrentados e preso num só corpo de Vzerbiel!...
Vida serena que envenena nossos próprios pecados
Sempre perdoados pela generosidade da poesia
E perdoados com a mais profunda devoção...
Versos
Ostia
Prece
E Via crúcis...
Comunga com o universo
Conversa com Extra-terrestre
Depois de falar com Deus!...
Ferida açucarada
No sumo do néctar
No polem dos pássaros.
Mente perturbada
E cada vez mais louca
Flutua no breu da madrugada...
Pego a cobra coral e a coloco às pressas na alma da boca
Morre envenenada pelo próprio veneno
Ressuscitada pelo pajé...No caldeirão da fome!
Poesia é obra de ficção
Renasce das cinzas...Feito Phoenix...
Alheio a tudo, até mesmo ao que sou
As desgraças das minhas asas funestas
Sobre carreiras e correrias de pó, poeira,
E neve de fumaça de ervas.
Vaso escorregadio, quebro-me por parábolas
Salto no abismo da liberdade dos outros
E no labirinto de mim mesmo.
Surfo em ondas astrais....
Mergulho nos mares do universo
Nuvens de algodão, são mares...
Patino mergulhando nas estrelas...
Tudo posso, quando escrevo
Me quebro, me arrebento por inteiro
Escapo por um triz das minhas loucuras
E te encontro num longo e terno abraço
Deitamos na relva nua, a ver estrelas.
Fiz das palavras, pseudo-loucura
E meu primeiro choro, foi uns tapas na bunda
Borboleta noturna bateu asas no breu da noite
Fecundando outra noite.
Transbordei-me sugando em lábios eternos, leite materno.
Procuro teu ombro
Será sonho ou pesadelo?
Acordei, fazendo duelo, comigo mesmo.
Tony Bahia & Francisco Cavalcante