INSONE

Liane Furiatti 

Mara Pupin

Ecos de neve 

pálidas ao redemoinho

No mar em fogo 

clamam em alvoroço

Pensamento morto 

que se faz atroz

No que se passou 

de tempos saudosos

Chorando o que não teve 

por hora declama

Esquecido foi o jogo 

a permanência da dor

Desviando do porto 

nos sinais malditos

Na areia se afogou 

em ventos enfronha

Raios riscando o céu 

a rudes galopes

Temporal, inundação 

na lavagem do intimo

Quanta dor estilhaçada 

de almas perdidas

Oculta no seu olhar... 

rudes, infieis

Alma queima em fogaréu 

que choram e devaneiam

Soluçando o coração 

suplicando a morte

Esperança desesperada 

ventania assombra

Buscando se encontrar 

em castos pensamentos

Torvelinho de emoções 

do elo abstruso

Rio, cascatas, lagos, mar... 

em devaneios condenados

Redemoinhos em canções 

pelo som da noite

Ventos levam pelo ar 

em bruscos anseios

suplicantes orações. 

clamam Misericórdia.