ESTIGIA EXISTÊNCIA
"A minha vida agora é como um rio
Que leva à tona, sob um céu sombrio
A murcha flor de uma esperança morta".
(Vicente de Carvalho)
Tombaram-se as flores da existência.
Murcharam no jardim da turva alma.
Ressequidas, perderam a essência:
Eterna paz, ternura e branda calma.
Pelo rosto me envolve a fria palma,
Com meus dedos ebúrneos e a demência,
Que na lânguida e fúnebre incoerência,
Mais aumentam o breu desta minh'alma.
Julguei que a vida fosse encantada,
Que a alma somente sorriria!
"Pensei que seria sempre alvorada!".
Mas é lúgubre o arpejo e a sinfonia.
No silêncio que morre cada dia,
Adormece esta vida desgraçada.
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Primeiro quarteto e primeiro terceto - Ann Bauer Kafka
Segundo quarteto e segundo terceto - Sergio Marcio