Cavalos, muitos deles!

Um cavalo negro quer pular escapar da doma, bem, ele talvez consiga.
A lágrima que ele não segura não é sua, foi plantada, como pode isso? Será que este crepúsculo tem haver afinal com um sereno, quase que delicia de sensação! Sente-se no pico da montanha o cavalo, um belo garanhão soltando fumaça pelas ventas e um ambiente de espelho d’ água. Uma alegria verde azulada o invade.

E num salto espontâneo coloca-se de pé erguendo suas patas dianteiras ao céu, como se agradecendo por tão belo espetáculo. Volta ao seu estado normal e vê sua imagem refletida em águas límpidas enquanto os outros cavalos aguardam a doma.

Um encanto novo busca, agora anda pelo vale esplendoroso de muitos matizes, um caminho de ipês amarelos envolto por raras orquídeas azuis, canto do Tiê-sangue em bando numa cachoeira intocável. Poxa! estou num lugar lindo será que foi a minha oração?

Acho que a fé que trago em mi’nhalma fez brotar em mim sentimentos tão nobres. Embaça-lhe a vista, um mal estar momentâneo acomete-o e o faz sacudir a cabeça em desespero, de repente pára. Agora existe uma serenidade muito grande em seu olhar, como se estivesse vendo um enorme e colorido arco-íris de esplendorosa beleza.

Um medo verde o cobre, e a admiração o invade, um manto laranja de sensualidade o encanta, é uma realização. Talvez consiga agora, ele vê o cavalo selvagem que tem o brilho de sua beleza em liberdade, as rochas ao longe formam grandes figuras lembrando um recanto, um leão ou será um.... Bom, o cavalo estando livre alivia meu coração.

E camadas nebulosas tomam conta de minha sobriedade, pensamentos a bailar descompassados, fazem-me ver nitidamente o galopar do garanhão por entremeio as rochas, com seu rinchar de liberdade.

Cisne Negro e Májora