Inspiração e devaneios

Inspiração e devaneios

Pousei para me recompor em inspiração e devaneios...

Renascendo feito erva, na força da ventania dos versos

Margeando o voo dos meus delírios.

Decolei em cada palavra, dentro de muitos universos

Voei fascinado!...São ondas...ondas de mar que aplacam meus olhos

Verde mar...que tem soprado tantos ventos a meu favor.

Navego nos céus...Nas alturas...sem sonar...

Plaino sobre praias, serras e mares, dantes navegados,

Tenho a Lua prateada à meu favor e o sol como bússola.

Quantas sensações pungentes, estão por vir...

Antes do adeus definitivo, quiçá, nunca aconteça.

Viajo na intensidade intrínseca dos versos,

Feito Camelo no deserto, Milagre

Em oásis imaginado miragens, paisagens.

Nuas e áridas paisagens desenvolvem-se no caminho

Em meu ser único e unilateral, na solidão do mundo.

No turbilhão dos meus anseios, passeio pela crosta terrestre

Várias ossadas de bichos, jazem na desolada paisagem...

Mais ossos do que cactos...mais restos, do que tudo!

Preciso esgueirar-me dos arames farpados.

Tenho cicatrizes nas costas e espinhos nos pés

De tanto caminhar na solidão dos meus abismos

Na imensidão dos meus mais íntimos segredos.

Cortei a língua, para não contá-los

Ceguei os olhos, para não vê-los

Deixei o coração batendo...preciso estar vivo, para sentir tudo.

E quero sentir tudo, de todas as maneiras

Feito cores dos entardeceres...dia após dia...

Em matizes e diferentes tons...

Sem colocar máscaras nas veias,

Nem nos olhos que não mais existem.

Enxergo com o tato...Nem digitais tenho....

Nem a ti tenho, perdi-me no amor de nós outros

Coloco num saco!... Esperança...Num afago que ainda está por vir...

Embaracei-me em teus laços, num amor sem cura.

Doente...Tenho febre ardente de desejos e lateja-me a testa.

Corvos, rodeiam-me sem piedade.

Antes de ir-me...Salve-me, dor da saudade...

Pensei como seria ter o pescoço cortado, profundamente

E os segredos escorrendo, lavados sem água.

Outros pés...multiplicando-se.... vão em vão, partindo

Carimbado com o próprio sangue

Deixando rastros, pegadas na areia.

Não consigo seguir...meu corpo em cacos

Destruído pela luz do sol, escaldante

Na narina, poeira

E na aridez dos meus pensamentos, solo.

Teus versos se fundem aos meus, sem maçarico...

Eis o poder da poesia...

Abençoada seja a fertilidade dos versos feito Ostia!

E comungamos juntos, o mesmo Deus...Os mesmo Eus poéticos.

Francisco Cavalcante e Tony Bahia.

Fontes de inspiração: Comentários.