Eterna chama

E do ser que chora sua alma vazia, ecoa gemido incontido

Com gestos perdidos, lábios emudecidos

em tempos de amarguras senis, pesadelos nada pueris

Boca que clama o alívio, brada ao consolo

incontido engastado, tardio ao chamado.

Ontem do semelhante, nubla se o semblante

Em horrores declama o belo de si, esgares de puro desespero

que busca mostrar um mundo irreal, sonho se faz natural

de acalento e de paz.. o ser imortal

Perdido se sente vislumbrando a esperança evasiva em dores

desmatadas pelo seu semelhante, busca um motivo para existir,

vasculha a sorte,  indaga sobre a irmã morte

Espada empunha buscando a fé  na coragem escuda o sentimento

com força e desespero... mantém firme propósito

gritando pelo seu lábaro consciente do estandarte.

Este ser vazio de seus medos  pleno de sua luminosidade

dono da sua verdade  fortalecido em sua humildade

digno de todas honrarias e pratas... vestido em seu valor

Puro de si, despido do seu ego  vencedor de si mesmo

medos e receios...  liberto e sereno

este ser chora e ama... mostra-se e rende-se! imola-se

e faz-se :eterna chama!

Mara Pupin  Liane Furiatti