Corações em transe
Corações em transe
Queria um pouco de cicuta...
Mas me deste esse gole de luar,
De tua taça para me entorpecer
Do cósmico instante.
Queria um gole de cicuta
Para desfalecer feito amor
De eu e tu
De Romeu e Julieta.
Uma mariposa desceu da alto da luz
E bebeu do veneno que era nosso.
Cruzou escura distância, para trazer-nos luz
E jaz morta...
(Estranha mariposa)!!!...
Agulha reluziu ao Sol, no palheiro.
Uma palavra sorriu em minha solidão. Feito letreiro
Pisca-pisca, pirilampos entorpecidos
Querendo acasalar na noite escura
Feito poetas, embriagados
Nas ruas, desertas, deitados nus, feito a Lua
Sem Luar...nem Estrelas ...
Sem nada no firmamento...
Tudo é breu, tudo é labirinto, lamento, tortura
Teus olhos, iluminam minha face escura
Distância encontra-se,
Depois de longa e eterna procura.
No horizonte, por várias noites, perdi-me,
Por não encontrar-te, pintei-te em aquarelas no arco Arco-Iris.
Desnudando-te, aos meus olhos
Adormecidos olhos, binóculos de voyer...
Uma palavra brilhou, em minha solidão
Eu a quis escrever, frase por frase
Como nossa distancia, refrigera e acalanta a poesia.
Estamos congelados pelos mares azuis de todos os oceanos...
Náufragos, naufragados, nos apoiamos.
As mãos damos. Selamos eternos desvarios e devaneios
Feito navios que aportam e abraçam o cais...
Nossos versos e cacos
No poder de compor versos, novamente...
Convertendo tristeza em alento.
No horizonte atados, como se nunca fossem líquidos,
Sólidos, refrigerados e solidificados
Distancias que separam a serra e o mar...
Num nivelar que não existe,
Lágrimas sim. Alimentadas pela distancia do planeta
Alicerçadas!...Corações em transe
Nos subsolos do mundo no centro da terra.
Deixo as pedras na parede
Cravadas em outros peitos, que não são meus...
Meu coração sangue-carne, desafia toda dor.
Deixo-me aliciar, por teus carinhos que aboletam minha face
Enxugo o sangue da minha lágrima.
Lágrimas, tem gosto de sal
E sal, tem gosto de amor e dor.
Francisco Cavante e Tony Bahia.