Nudez d’alma
 
 
Eu me vejo nua... E nada mais vejo...
 
Acredito que quando um poeta morra
O céu se abra para celebrar a sua chegada.
 
Não me sinto poeta...  Não, não sou...
 
Mas, queria hoje pedir para a morte
Que fosse generosa comigo...
 
Queria que dos meus versos
Fossem escolhidos os de mais serenidade
E deles, um paraíso fosse criado
Para eu poder descansar...
 
Queria que as drogas fizessem efeito
Mas elas teimam em não cumprir sua missão...
 
Em algum ponto, isso deve ser bom
Dizem que as dores ensinam...
Mas, não tenho aprendido muito
 
Mergulhada na dor...
Águas geladas cortam meu corpo
Vagarosamente...
Lentamente...
 
Pedaços... Hoje sou pedaços...
Mas o céu não me chama
Talvez eu nunca o conheça.
 
Eu não mereço o céu...
 
Sonhos na noite
Já não me fazem mais sorrir
É um pesadelo acordar...
 
Cáusticos pedaços...
 
E um amor inteiro...
Esse é o único perfume que sinto
Ele é só meu...
E só a mim acrescenta...
 
A dor faz-me sonhar com cravos
Mas a fragrância que sinto é outra...
 
Mesmo com todo esse castigo
Dos ares que respiro
Predominou o amor...
 
Desejando o céu sem merecer...
 
Peço apenas que os versos mais serenos
Sejam o destino desta alma
Acorrentada, sofrendo punição
Nos restos cáusticos deste corpo
Que teima em não morrer.



(Lucy Mara Mansanaris)
 
 
  

E vejo-me nua... e nada mais vejo...
 
despida, as margens dos estilhaços,
envolvida suavemente em estupor,
carregando o resto do sopro de vida
 
Não sei se haverá um céu pra mim,
não teci versos serenos
e se de meus versos fosse feito um paraíso
talvez esse fosse de dor
 

Vejo-me nua...
embalada nos braços da morte,
farfalhando que ainda não irei,
pois o castigo não terminou,
não ainda, não agora,
ironia da vida que desbotou
 
e a madrugada chega-me lenta...
fria... bravia,
marulhando tristeza,
cravando espinhos, fustigando sem pena
 
Ah... e clamo por um minuto de paz...
- Venham anjos! Acalentem essa frigida alma
Por favor, fiquem um pouco mais...


nesse instante é que sinto-te
nas minhas entranhas...
 
esse amor perfumado de sonhos,
e toco seus cabelos cheirando a alfazemas,
momento só meu...
e de meus devaneios...
 
e adormeço... 
nas névoas do teu peito,
e por instantes sou feliz...
mas átimos depois
voltam silentes os 
pesadelos
 
e acordo mareada, cansada,
acordo pra não viver,
e pra não esquecer que te amo,
que tenho que abraçar o inferno
desse meu triste inverno,
e encarar mais um dia
que parece não ter fim,

ainda que chore mi'a poesia,
sobre os restos que sobraram de mim...
 


 



Querida amiga Lucy, 
obrigada por esse dueto,
mas principalmente
por fazer parte de minha vida !

Love *too too* sempre !
Moras em meu coração e sabes disso.
Bjos aos montes em seu lindo coração...






Darcy's letter 
http://www.youtube.com/watch?v=1WNI4q_Hgso


DENISE MATOS e LUCY MARA MANSANARIS
Enviado por DENISE MATOS em 24/07/2012
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T3795034
Classificação de conteúdo: seguro
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