::: O DIÁLOGO DO INFINITO E A IMENSIDÃO :::
Mar sereno, mar sonoro.
Mar em fúria, mar em fogo.
No ardil da ira cálida que emerge do eu em brasas
Evapora-se a razão e o controle.
Rasgo o doce véu azul com a ponta da lança do meu querer em descontrole.
E afundo... Afundo... Mais fundo de onde se pode ir
No fundo do âmago do sentimento
Posso observar as ondas em fúria que provoquei
E que me servem de alento no fundo do fundo...
Não há mais movimentos.
Coisas caindo...
Trincadas pelos meus remos e raios que deito nas águas do meu querer.
Caindo... Caindo...
Enquanto nesse dócil e ardente desejo aprendo o toque... O tambor... O Amor...
Do eu em fúria sobre brisa de gelo e calor,
Do eu que desperta a fênix sobre águas que não poupa a si mesma.
Esconda-se... Corra... Corra...
Eu chego. Eu venho. Arrebato.
Eu levo... E, no baú secreto dos meus sonhos, te guardo.
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Chama incongruente, Fogo assassino.
Lava adormecida, Lavareda funesta.
- Falas de brasas?
Brasas? Quem as conhece sou eu!
As brasas adormecidas dentro de mim
Que controlo em cada movimento e somente
Dentro de mim deixo correr tal chama doente,
Chama que em silêncio assusta até o Sol Poente!
Percebo a transparência do medo que causo
Mesmo eu aqui inerte - Fogo da imprevisão!
Ouço louvores que o meu silêncio exaltam
E penso... Rasgo minha carcaça putrefata e escondo o sol
Com a escuridão de um manto de caos e violência?
Ou permaneço aqui... Em oculto?
Dei-te parte minha para que brinques e conheças
Ao menos um gole de vida aquém das coisas que viste
E assim desenhas, poetisa, letras e fragmentos
Do teu próprio encantamento...
Confesso certa dose de inveja
Que minha já foste a época
De rasgar versos com tanta vida!
Hoje escrevo contido, para não pôr em perigo
O céu azul e na terra a pequena margarida.
Porque eu aqui... Solitário e quieto
Não causarei dano algum
Neste vulcão que sou de sentimentos!
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O vento sopra, me leva, me mostra...
Deixa ele soprar.
Sussurra para mim teus mais íntimos segredos
E canta, canta, canta...
Até que eu adormeça. Até que em sonhos te encontre.
Te ache.
Dentro de ti. Dentro de mim.
Me mostra...
Chamas correntes e doentes, presas e revoltas entre si
De que pensas seres feito?
Nesta confidência, me disse que não és quem pensas ser.
Não és vulcão.
Nem tão somente fogo.
Apenas da lava de massa cálida que és, ao entrar em contato comigo (água),
Viras rede cristalina. Pedra, que te envolve.
Mas nem por isso aflija-se se te chamo assim com meus versos
Sendo que és mais do que pensas.
Te chamo de magma. Planeta Terra.
Apareço... Danço... Canto...
Minha cor azul é adjetivo
Aparente máscara que envolve o fundo do eu em brasas.
Sou lava, sou ira. Sou sentimentos.
Sou da mesma matéria do teu ser.
Sim, coloquialmente, também sou feita de 'você'.
Com fúria quebres os relevos terrestres que nos separam
Use teu fogo, teu sentimento enclausurado
Entre no baile.
Entre na dança. Vire criança.
E dança... Dança... Dança... Dança...
Entre no teu círculo.
Explosão.
Rosa em chamas!
Voa... Voa... Voa... Voa...
Até que eu acorde.
Já não és mais quem eu pensava que eras.
Já és astro. És estrela. És sol.
Olha...
Sigo teu ciclo-bailar
Já sou girassol.
O vento me contou...
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A aurora já venceste a noite que eu fora
E bebendo os restos da relva queimada
Digo-te quem sou
No meu hálito efervescente
De enxofre e loucura,
E, ainda sim queres a usura deste vulcão?
Aproximo-me a centímetros dos teus olhos
E te faço tremer!
Tens medo. De mim, de ti... De viver.
Sinto no meu peito a intensidade que sou
Minha criança.
Por isso me domino... Durmo.
Porque querendo ver a tua vida temo matar-te.
Eu sou um gigante de pedra, um urso que dorme.
Já venci os relevos terrestres que nos separam,
Mas ouse numa fração do tempo estar em mim
E verás muito mais do que podes carregar
Nas tuas ondas!
Eu sou um verso incontido
De uma poesia em chamas...
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Autores: Anna Cristina & Ygor Pierry.