DUETO (Fakat & Aglaure)

A pele da terra seca

Galopa em meu peito

Coração árido

.

Rios entrecortados

O vento áspero canta

Nau rota flutua

.

Nada. Nem o vento

Invade a solidão

Almarasmo...

.

Há nuvéns no céu

Que sombreiam as palavras...

Faz dormir o verso

.

Savana indivisa

Cachoeiras reticentes

Folha, nau, folha...

.

Região tropical

De brisa e brasa latente

Fauna, flora, acordes...

.

O solo, o catre

Acolhe o corpo desnudo

Não há braços, abraços

.

Virgem mata, vertigem

alma em total desalinho

pesca ilusão

.

Ao longe, a miragem.

A dríade me reclama

E eu digo que sim.

.

Há dança dos ventos

árvores meneiam copas

exprimem suspiros

.

O fauno sedento

Alucinada lascívia

O encontro do não

.

A ninfa dos prados

Tateia a derme da vida...

Veste incertezas

.

O árido não

O balido cavicórneo

Caatinga expectante

.

O eco do sim

O burburinho das aves

Os voos soturnos

.

Na alma do fauno

A pergunta não se cala

Aonde o corpo etéreo?

.

Relevos sublimes

Procura da perfeição

Retumbam os sinos

.

O sol anda a pino

Suga seio suculento

Relevos da ninfloresta

.

Mãos sulcam a terra

Ventania esculpem montes

Lágrima a sorrir.

Fakat & Aglaure

Aglaure Martins e Fakat
Enviado por Aglaure Martins em 09/07/2012
Reeditado em 04/09/2012
Código do texto: T3769249
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