DUETO (Fakat & Aglaure)
A pele da terra seca
Galopa em meu peito
Coração árido
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Rios entrecortados
O vento áspero canta
Nau rota flutua
.
Nada. Nem o vento
Invade a solidão
Almarasmo...
.
Há nuvéns no céu
Que sombreiam as palavras...
Faz dormir o verso
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Savana indivisa
Cachoeiras reticentes
Folha, nau, folha...
.
Região tropical
De brisa e brasa latente
Fauna, flora, acordes...
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O solo, o catre
Acolhe o corpo desnudo
Não há braços, abraços
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Virgem mata, vertigem
alma em total desalinho
pesca ilusão
.
Ao longe, a miragem.
A dríade me reclama
E eu digo que sim.
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Há dança dos ventos
árvores meneiam copas
exprimem suspiros
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O fauno sedento
Alucinada lascívia
O encontro do não
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A ninfa dos prados
Tateia a derme da vida...
Veste incertezas
.
O árido não
O balido cavicórneo
Caatinga expectante
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O eco do sim
O burburinho das aves
Os voos soturnos
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Na alma do fauno
A pergunta não se cala
Aonde o corpo etéreo?
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Relevos sublimes
Procura da perfeição
Retumbam os sinos
.
O sol anda a pino
Suga seio suculento
Relevos da ninfloresta
.
Mãos sulcam a terra
Ventania esculpem montes
Lágrima a sorrir.
Fakat & Aglaure