Dueto: Silêncios do Sentir - por - Auber Fioravante Júnior e Débora Acácio
Silêncios do Sentir
Auber Fioravante Júnior
Do lado escuro da lua
Vem esta maresia, inspirando-me...
Há mais um gole, há mais um golpe na serpente,
Trazendo no guizo a tristeza, palavras...
Que por hora me calam, mas não me escravizam!
Abraçado a nostalgia,
Tudo reflete na brisa flutuando na seda
Sutilmente caindo sobre o ninho vazio,
De corpo e pele que acolhe, de gemido cantante,
Nunca sem esperança de orar!
Entregue de caneta em punho ao meu “eu”,
Sou levado por ondas e convexos espelhos
A um além, revelados por nuvens que se abrem
Ao beijo de alma, salvo aqui, dentro de mim,
Como se as estrelas derramassem-se em prantos,
Fazendo da alquimia semente...
Da flor... Juras sem solidão!
Por vezes do verso,
Sou o silêncio desenhando nas quatro pautas
O que desprende-se da lamparina,
Curando a penumbra, convertendo o breu,
Para que o amor se faça em toda forma,
Em toda cor, em todo coração!
22/06/2012
Porto Alegre - RS
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Silêncios do Sentir
Débora Acácio
Quieta em um canto de mim
Escuto meus sons
Os sons do meu sentir
Os gritos em silêncio do meu querer
Gosto de contemplar o por do sol
Da paz que ele me traz
Da sensação de unidade com Deus
De ouvir, de traduzir
Traduzindo vou compondo
Com cada nota, com cada acorde
Em silêncio uma nova canção
Uma nova e única melodia
Melodia que nasce sempre de meu coração
Horas triste, horas alegre
Mas meus barulhos no meu silêncio
É quando quero gritar
Um grito calado, quase mudo
Mas que só eu escuto
Esse com maravilhoso e agudo
Que me traz de volta para as cores
Para as maravilhas do mundo
Mundo de sensações...
De novas emoções
qual compositor que fecha seus
Olhos ao barulho do mundo
E abre seus ouvidos para escutar
os sons do silêncio do te sentir
E uma nova sinfonia compor
24/06/2012
Salvador - BA