MEU CAMINHO

Tarde vazia de sonhos, de lembranças,
Vento parado num céu cinzento,
De nuvens pesadas de chuva.
Meu pensamento viaja...
Por lugares não sabidos
E busca respostas às perguntas
Que eu mesma temo em fazer.

Ah! esse ser e o não ser...


Tarde que emoldura a minha andança,
Nuança de chumbo, abafamento,
Um prenúncio de águas turvas,
Minha alma sente o clima, traja
O mesmo tom entristecido,
Anseia, vagueia desconjunta,
Não se encontra no entardecer.

Ah! essa vontade de enlouquecer...


Ultrapasso regras, supero os limites,
Por mim, há muito, traçados,
Atingi uma outra etapa,
Deixo tocar minha harpa,
Numa linguagem cadente,
No caminho que faço e que traço,
Do tamanho dos meus passos.


O olhar se entrega, o eu estranha persiste,
Assiste a mudança do meu estado,
De seguir... apesar das escarpas,
Movo, sorvo o cálice da vida, troco farpas,
Com a racionalidade tão prudente,
Namoro o impossível, ignoro o tempo baço,
E em cada passo, renasço...


HLuna
Deley