Despedida da Desilusão

Estou observando você

Aquela bela criatura bailando ao luar

Caminhando lentamente como se

Tivesse todo o mundo a te observar

Encontrei o seu olhar que

Disse em meio ao silêncio:

- Venha dançar comigo, venha para

Minha doce ilusão

Seus olhos, com inexpressão clara,

Me disseram um amargo “não”

Pensei ter vislumbrado o seu coração

Perdido no meio do brilho da lua

Meus olhos estavam a procura do mistério

Guardado dentro da sua alma

Porém percebi que esse brilho não refletia nada

Era apenas um ponto cego nas estrelas

Com a intensão de me levar para o vazio...

Fiz de tudo pra te fazer feliz

Eu perdi toda minha calma

Falei-te meus amores e você sorriu

E com um deboche meu coração partiu

Pensei em poder te amar até o momento em que

Descobri que jamais me amaria

Sua intenção sempre foi ter-me como escravo

Querendo me ensinar uma lição

Mas a dor que ficou em meu ser

Como uma rosa na chuva, me mostrou que

A perda de algo que nunca teve

Mas que se sabe que merecia ter

É como um vácuo no coração – ausência de sangue e ar, de vida –

Que causa depressão e é uma ferida que não cicatriza

Só resta agora uma coisa a se fazer

Permita-me exterminar a tristeza

Retiro o véu que me cobre

E afasto a agonia de minha mente

Fingindo que não me fere

Defiro então minha última dança

E me despeço da desilusão do não sofrer.